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Sesquicentenário

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Atualizado às 11:06

Se vivo fosse, Euclides da Cunha faria hoje 150 anos.

Direto da Redação

Ao ouvir a notícia de que o autor d'Os Sertões, se vivo fosse, completaria hoje 150 anos, sr. Dilermino, vetusto contínuo deste poderoso rotativo, comentou: "- É, mas com essa idade, se ele fosse vivo, a esta altura já teria morrido". Nosso amado Diretor, que não suporta asneiras, demitiu-o imediatamente. Justa causa.

Assassinato e júri

Acerca de Euclides da Cunha, é conhecida, mas não custa recordar (Migalhas também é cultura), a história fatídica na qual se envolveu.

Desconfiado da fidelidade da esposa, o escritor vai atrás do amante para "matar ou morrer".

Prevalece a segunda opção, e a literatura perde um grande nome. O amante, Dilermando de Assis, é denunciado como autor do crime, seguindo-se a decisão de pronúncia.

Mais tarde, o libelo acusatório e a contrariedade a este.

Ao final, como se sabe, o caso foi levado a júri popular. Foi acolhida a tese da legítima defesa, mas o julgamento foi anulado, porque haveria uma contradição nas respostas dos membros do júri : os votos que absolveram Dilermando também consideraram o crime ter se dado por "motivo reprovado". O reconhecimento da agravante seria incompatível com a justificativa, pois que não é possível justificar-se um crime praticado por motivo reprovado.

Houve novo júri. O advogado de defesa, ninguém menos do que o grande tribuno Evaristo de Moraes, consegue inocentar Dilermando mais uma vez.

Livre, o tenente casa-se em 12 de maio de 1911 com a viúva de Euclides, Ana Cunha, que passa a se chamar Ana de Assis.

Em 1916 a história se repete: Dilermando na cadeira de réu, acusado de matar um dos filhos de Euclides que tentara vingar a morte do pai. Novamente, Dilermando afirma ter cometido crime em legítima defesa e outra vez Evaristo de Moraes consegue absolver seu cliente.

Anos depois, Ana de Assis descobre que estava sendo traída pelo marido desde 1924. Ele tinha 36 anos, Ana 52. Dilermando abandona a esposa e vai viver com a outra mulher, Maria Antonieta de Araújo Jorge, conhecida como Marieta.

Para Dilermando, ficou na história a famosa frase de Ana: "você é o único homem que não tinha o direito de prevaricar".

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