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Falecimento

Falece Ruy Mesquita, diretor de O Estado de S. Paulo

O corpo está sendo velado na casa da família e o enterro será hoje, 15h, no Cemitério da Consolação, em SP.

Da Redação

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Atualizado às 08:29

Faleceu ontem, aos 88 anos, o jornalista e diretor do jornal O Estado de S. Paulo, Ruy Mesquita. Estava internado desde o último dia 25 no Hospital Sírio-Libanês, em SP, em razão de um câncer na base da língua, diagnosticado em abril.

Nascido em 16 de abril de 1925, na cidade de São Paulo, era filho do jornalista Julio de Mesquita Filho e de Marina Vieira de Carvalho Mesquita, parte de uma das mais tradicionais famílias de jornalistas do Brasil.

Em 1943, aos 18 anos, Ruy já participava de um grupo de estudantes de Direito que conspiravam contra o governo, antes mesmo de ingressar no Largo do S. Francisco, onde iniciou graduação em Direito mas não concluiu. Estudou na Escola Normal Superior, em Paris, e Graduou-se em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Iniciou a carreira como jornalista em 1948, como repórter, e foi ainda redator e editor. Trabalhou em diversas seções do Estadão e dirigiu a sucursal do Estado no Rio.

Participou ativamente de diversos momentos importantes da história do Brasil e da América Latina e liderou, ao lado do pai e do irmão, uma das mais emblemáticas resistências à censura prévia na ditadura militar. No lugar das matérias censuradas, em espaços que não era permitido ficar em branco, publicava poesias e receitas para burlar a vigilância.

Responsável pelo editorial do Estadão desde 1996, manteve sua rotina de trabalho até a véspera de sua internação, e dividia seu tempo entre o jornal e a casa, onde se dedicava a leituras.

Deixa a mulher, Laura Maria Sampaio Lara Mesquita, os filhos Ruy, Fernão, Rodrigo e João, 12 netos e um bisneto. O corpo está sendo velado na casa da família e o enterro será hoje, 15h, no Cemitério da Consolação, em SP.

Luto

O presidente da OAB/SP, Marcos da Costa, lamentou a morte de Mesquita. "Além de ser uma referência no jornalismo brasileiro, no qual introduziu inúmeras inovações, Ruy Mesquita tem o mérito de ser um dos principais defensores do Estado de Direito no país, nas últimas décadas, e uma voz que expressou de forma coerente, na editoria de Opinião de O Estado de S. Paulo, convicções éticas e compromisso intransigente com os valores republicanos", afirmou.

O conselheiro Federal e ex-presidente da OAB/SP Luiz Flávio Borges D'Urso lamentou a morte do jornalista, quem considera um representante de vanguarda da mídia nacional que soube preservar os valores maiores da cidadania e da democracia.