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STJ

Falsa declaração de pobreza no processo não configura crime

Com esse entendimento, 6ª turma do STJ trancou ação penal movida contra um homem denunciado pela prática.

Da Redação

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Atualizado às 08:38

A apresentação de declaração de pobreza com informações falsas para obtenção de assistência judiciária gratuita não caracteriza crime de falsidade ideológica ou de uso de documento falso. Com esse entendimento, a 6ª turma do STJ trancou ação penal movida contra um homem denunciado como incurso nas sanções do artigo 304, caput, do CP, por apresentar declaração falsa de hipossuficiência.

O caso aconteceu em MS. A impugnação da declaração de pobreza foi feita pela parte contrária e julgada procedente diante da grande quantidade de bens existentes em nome do acusado. Apresentada a denúncia, ele impetrou HC no TJ/MS, que denegou a ordem.

No STJ, a defesa sustentou falta de justa causa para o início da ação penal, alegando que a mera declaração de hipossuficiência com o intuito de obter a Justiça gratuita não é considerada conduta típica.

Previsão legal

A desembargadora convocada Marilza Maynard, relatora, votou pelo trancamento da ação penal. Segundo ela, as consequências da falsa declaração de pobreza estão previstas no artigo 4º da lei 1.060/50, que estabelece multa de dez vezes o valor das custas.

"A mera declaração falsa do estado de hipossuficiência, devidamente impugnada pela parte contrária - e cuja falsidade foi reconhecida pelo juízo de primeiro grau -, merece ser punida tão somente com a pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais, nos termos previstos em lei."

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