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Manifestação

Centro Acadêmico XI de Agosto repudia ação truculenta da PM em manifestação

Para entidade, os direitos dos manifestantes foram tolhidos pela polícia.

Da Redação

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Atualizado às 08:06

O Centro Acadêmico XI de Agosto emitiu nota de repúdio à ação da Polícia Militar de SP, durante manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e de metrô e por um transporte público de qualidade.

Na terça-feira, 12, São Paulo foi palco de mais um protesto é contra o aumento da passagem dos ônibus, trens e metrô em São Paulo. No sábado, 9, a tarifa passou de R$ 3,50 para R$ 3,80. Mais uma vez, a manifestação que começou pacífica acabou em tumulto

Segundo a entidade representativa dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a PM agiu de forma "truculenta e desumana", visto que, "sem qualquer provocação", atirou bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão, tolhendo o direito dos manifestantes.

Confira a íntegra da nota.

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NOTA DE REPÚDIO À AÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO

São Paulo, 14 de janeiro de 2016 - O Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade representativa dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP), vem por meio desta, repudiar a ação truculenta e desumana da Polícia Militar do Estado de São Paulo na manifestação de 12 de janeiro de 2016 contra o aumento das passagens de ônibus e de metrô e por um transporte público de qualidade.

Na tarde da última terça-feira (12), estava programado o segundo grande ato contra o aumento das passagens, recentemente anunciado pelo governador Geraldo Alckmin e pelo prefeito Fernando Haddad. Os manifestantes, ainda em concentração, foram cercados por cordões da Polícia Militar e da Tropa de Choque. Além disso, as travessas da Avenida Paulista, que posteriormente precisariam ser usadas como rota de escape, também continham grupos de policiais estrategicamente posicionados.

O protesto ocorreu integralmente de forma pacífica. Tratava-se de centenas de pessoas reunidas por uma causa legítima, em pleno exercício de seus direitos. Essa prerrogativa, entretanto, foi tolhida dos manifestantes quando a polícia, sem qualquer provocação, começou a atirar bombas de gás lacrimogêneo na multidão repetidamente.

O posicionamento da Polícia Militar e da Tropa de Choque tinha intenção clara: acuar os manifestantes. Por conta da disposição policial, o ato não evoluiu de sua concentração. Em determinado momento, todos se sentaram e cantaram em uníssono contra a violência e o aumento da passagem.

Quando todos, em desespero, correram para escapar do gás que os impedia de enxergar e de respirar, a Tropa de Choque fechou o caminho para evitar que os manifestantes saíssem da contenção. A intenção deles não era meramente dispersar as pessoas que estavam ali. Era provocar pânico em cada uma delas; ia além de colocar em perigo a integridade física dos manifestantes. Era amedrontar todos os presentes e violar seus espíritos para que não mais voltassem a exercer seu direito de protestar.

O fluxo contínuo de bombas e a perseguição prosseguiram de forma inabalável. As pessoas perderam sua condição humana aos olhos daqueles que deveriam protegê-las. Piorando uma situação já inimaginavelmente ruim, o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, em declaração à imprensa, endossou as ações truculentas da polícia. Apesar de ostentar o cargo de professor da disciplina de Direitos Fundamentais da Faculdade, em que se estudam as liberdades civis previstas na Constituição Federal, o secretário personifica o descolamento das garantias fundamentais observadas diariamente na atuação da Polícia Militar sob seu comando.

A repressão violenta atingiu estudantes, manifestantes e até pessoas que estavam apenas de passagem pelas ruas. Uma diretora da gestão do Centro Acadêmico chegou a ser ferida por uma das bombas jogadas pela PM.

A Polícia Militar representa na atualidade um resquício da ditadura militar que ainda não foi superado. Suas táticas de guerra e sua ligação institucional com o Exército, passando por toda a forma como as tropas são instruídas a lidar com a população, têm como consequência o que se viu na terça-feira.

Enquanto a maneira como se articula a segurança pública não for repensada e enquanto a polícia for treinada para enxergar inimigos do Estado onde há cidadãos, essa truculência jamais acabará. Enquanto a polícia tratar a população como se estivesse em guerra, nunca deixaremos de nos sentir intimidados e inseguros e sempre sentiremos o gosto amargo da ditadura militar persistindo em invadir o espaço em que deveria imperar a liberdade.

SUBSCREVEM ESSA NOTA:

Centro Acadêmico XI de Agosto

Movimento Resgate Arcadas

Coletivo Pr'além das Arcadas

UEE - União Estadual dos Estudantes de São Paulo

ANEL - Assembleia Nacional de Estudantes Livre

JUNTOS!

RUA - Juventude Anticapitalista

CAVC - Centro Acadêmico Visconde de Cairu

Centro Acadêmico 22 de Agosto

Coletivo Contraponto

Centro Acadêmico Guimarães Rosa - GUIMA

Centro Acadêmico da Farmacia e Bioquímica da USP

Ninho das Águias - Casa do Estudante da São Francisco

Sérgio Salomão Shecaira - Professor Titular de Direito Penal na FDUSP

Ari Marcelo Solon - Professor Livre-docente de Filosofia do Direito na FDUSP

Jorge Luiz Souto Maior - Professor Livre-docente de Direito do Trabalho na FDUSP

Beatriz Rodrigues Gonzaga

Juliana Soares

Mariana Marques Rielli

Pedro Kazu Gabiatti

Rodrigo Muniz Diniz

Mauricio Antunes Domingos

Camila Pinheiro

Jessica Lima

Thales Monteiro

Marina Torres Zeitounlian

Pedro Schonberger

Guilherme Giacomini

Guilherme Alpendre

Lucas Barbosa Folster

Luigi Rizzon

Julia Martins Gomes

Débora Cunha

Caio Abreu

Guilherme Talerman

Giovanna Coltri

Paola Souza

Giovanna Tavolaro

Julia Krein

Natália Takaki

Vitória Oliveira

Fernanda Apolonio

Lara Teixeira

Gustavo Rodrigues

Thiago Pereira Caetano

Ingred Souza

Vinicius Alvarenga

Luisa Bono

Isabela Covolo Somaio

Felipe Reginato

Jade Luiza Pizzo

Isabella Scuotto

Mariana Magalhães

Mariana Kinjo

Dennys Camara

Henrique Contarelli Lamonica

Alexandre Cardoso de Sousa

Guilherme Della Gurdia Pires

Vinicíus Araújo

Matheus Chodin

Carla Ribeiro

Amanda Serafim

Bruna Marques

Gabriel Henrique Rodrigues

Elis Benedetti

Lívia Fabbro

Ana Gurgel

Bruno Andrade

Pedro Pinho

Carol Monte Alto

Gabriela Branco

Felipe Mansur

Guilherme Cardoso Santos

Dannylo Teixeira

Luana Lima Teixeira

Isabella Perin

Pedro Felipe Fermanian

Leonardo Trindade

Matheus Aggio

Thais Dantas

Matheus Peres

Vinicius Bianchini

Eloísa Gomes

Bruno Lescher

Marcelo Araujo

Caio Bianco Jasper

Gabriela Sujiki

Samara Santos

Marianna Rinaldi

Luri Mizoguchi

Leticia Camargo

Gabriel Prétola

Vinicius Duque

Richard Souza

Gabriel Egidio

Maria Luiza Assad

Juliana Fonteles

Juliana Duarte

Wilson Souto Maior Barroso

Henrique Cazerta

Carla Fernandes

Cecília Barreto

Natalia Ikeds

Mariana Guarino Ferrari

Juliana Chan

Sergio Tuthill Stanicia

Gabriela Martinazzo

Juliana Rocha

Leonardo Novetti

Igor Leonardo

Isabela Martins Gonçalves

Lucas Patudo

Ca Rusig

Ana Carolina Rodrigues

Marcela Faria

Amanda Iranaga

Mariana Brandão

Luiza Telles

Ana Luísa Martins

Gabriela Souto Maior Baccarin

Fernando Saleta Pacheco

Alexandre Brito

Carlos Herculano Cubillas

Érica Meireles