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Conto surreal

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Atualizado às 08:27

 

"The only difference between Surrealism and myself is that I am Surrealism."

Salvador Dali

Domingo, Salvador (*) sai da tela, depois de tê-la pintado. Traz consigo sua inseparável musa e esposa, Gala. Sua mulher não está calçada e ambos caminham pela calçada. Ele dirige-se à praça, onde entra no banco para sacar algum dinheiro. Ele gosta de tênis, mas hoje está usando sapatos. Como não havia levado raquete, não conseguiu sacar nada. Sai do banco e senta-se no banco da praça, onde há uma cesta com seis mangas. Ele conta as mangas e pega a sexta, que corta em quatro pedaços. O quarto tem uma casa e um botão. Ele pega o botão e espera que ele abra. O botão torna-se uma rosa, que não é cor de rosa. Ele enfia a rosa branca em um dos buracos de uma ferradura, onde normalmente se colocaria um cravo. Ele vai até o pé de rosa e coloca nele a ferradura.

Em seguida, Salvador sai dali a caminho de casa, acompanhado de sua esposa, que está em trajes de gala.

 

(*) Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech morreu na cidade de Figueres, Catalunha, em 23 de janeiro de 1989. Segundo o atestado de óbito, morreu de pneumonia "e parada cardíaca", como, aliás, todos morremos. Foi um dos mais importantes artistas plásticos (pintor e escultor) surrealistas do mundo. Em 1934, casou-se com uma imigrante russa chamada Elena Ivanovna Diakonova, conhecida como Gala. E nasceu em 11 de maio de 1904, na mesma cidade onde morreu.