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De volta ao estudo dos verbos

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Atualizado às 07:19


De volta ao estudo dos verbos

Já tivemos oportunidade de falar, ainda que rapidamente, dos verbos da voz ativa (amo Deum, amo a Deus), da passiva (amor a Deo, sou amado por Deus) e dos depoentes (imitor, eu imito), das quatro conjugações e dos respectivos tempos.


Existe, porém, um verbo, que não pertence a nenhuma das quatro conjugações, é um verbo auxiliar dos demais, sobretudo na conjugação destes na voz passiva, motivo por que merece estudo à parte: é o verbo sum, es, fui, esse: SER. Seus compostos: abesse, estar ausente; adesse, estar presente; deesse, faltar; inesse, estar em; obesse, prejudicar; posse = poder; praeesse = estar à frente; prodesse, ser útil. São conjugados como o verbo sum, com variações: pro, antes de vogal, torna-se prod (cui prodest?, a quem aproveita?) Em posse, pot subsiste antes de vogal, mas torna-se pos, antes de s e faz cair o f do perfeito (potui, pude). Os compostos não se usam no imperativo, futuro do infinitivo e particípio futuro, reservados ao verbo sum (p.ex.: imperativo presente: es, este; futuro: es ou esto, este ou estote, 2ª pessoa, e sunto na 3ª do plural).


O verbo sum tem dois radicais: "es" e "fui". Indicativo: presente: sum, es, est, sumus, estis, sunt; imperfeito: eram, eras, erat, eramus, eratis, erant; perfeito: fui, fuisti, fuit, fuimus, fuistis, fuerunt; + q. perfeito: fueram, fueras, fuerat, fueramus, fueratis. fuerant, Subjuntivo presente: sim, sis, sit, simus, sitis, sint.


A conjugação de verbos, sobretudo dos irregulares e, mais ainda, do verbo esse, é muito enfadonha. Fiquemos nos exemplos acima. Veniam petimus damusque vicissim! Como diria o velho Horácio.


Estamos na Semana da Pátria. Não podemos deixar de lembrar o lema dos Inconfidentes: Libertas quae sera tamen! Extraído (o lema, não o ouro) da Écloga I de Vergílio. Noutra ocasião, poderei comentar as polêmicas em torno da tradução e do contexto, mas já adianto que Alvarenga Peixoto, Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa, latinistas mais do que exímios, sabiam o que procuravam: liberdade, ainda que tardia!

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