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Política & Economia NA REAL n° 127

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Atualizado em 17 de novembro de 2010 15:56

Para constar o currículo ministerial

Pelo menos ao que saiba, não há um manual, uma cartilha, com as "qualificações" que Dilma exigirá dos candidatos a cargos de alto escalão em seu governo de modo a escalá-los. Conhecem-se algumas indicações, no entanto, vazadas aqui e ali :

- Conhecimento técnico
- Ficha limpa
- Adequação do nome ao cargo indicado ou reivindicado
- Trânsito partidário
- Influência no Congresso
- Bom diálogo com os setores da sociedade que transitam em sua área

Se tudo isso prevalecer, de fato, ou pelo menos alguns dos pontos, a lista de candidatos que estamos relacionando nas últimas cinco colunas vai, enfim, emagrecer. A ponto de sobrar vagas. PS : Sabe-se, também, que o critério Erenice Guerra, ungida ministra-chefe da Casa Civil por obra, graça e risco de Dilma, pois a candidata de Lula para o lugar era outra, está descartado.

Para prestar a atenção

1. Inflação
2. Câmbio
3. Contas externas
4. Contas públicas
5. Reajuste do Judiciário
6. Reajuste dos parlamentares, de ministros e do presidente
7. Emenda constitucional do reajuste dos policiais civis, militares e do corpo de bombeiros
8. Reajuste do salário-mínimo e das aposentadorias
9. Reajuste do bolsa-família
10. Nova CPMF

Parafrasendo Mário Henrique Simonsen : a política aleija, mas a economia mata.

O PT acordou

O PT teve ministérios vistosos no governo Lula, como Fazenda e Planejamento, pastas grifes como Direitos Humanos e Integração Racial, chegou a ter debaixo de suas asas em um momento 17 pastas, quase metade de todos os ministérios, mas não tinha as chaves dos gastos que rendem fidelidades e votos. Com exceção do de Minas e Energia, primeiro como ministra de direito e depois como ministra de fato. Agora, os petistas despertaram. Honraria é bom, porém não enche nem urnas nem outras burras. O PT afiou as unhas e está na briga também pelos ministérios dos Transportes, da Integração Nacional, das Cidades, das Comunicações e até pelos do Turismo e dos Esportes, com status orçamentário elevado pela Copa de 14 e a Olimpíada de 16.

E o PMDB nem dorme

Não deu certo o golpe de capoeira que o PMDB tentou passar no PT - e indiretamente em Dilma - com a criação de um "blocão" na Câmara, com 202 e dois deputados, reunindo, além dele o PP, o PR, o PTB e o PSC. Inicialmente o PP pulou fora. Porém, o arsenal peemedebista não é para desprezar. E ficou o recado a quem deve : não se brinca com profissionais com anos de praia.

O PP fez o jogo. E levou

Ameaçado de ser rebaixado na composição governista, por não ter formalmente apoiado a aliança que elegeu Dilma, o PP aproveitou o interesse do PMDB para ganhar sua vaga. Foi para os braços dos peemedebistas por uns instantes e, com forte apelo, fugiu do blocão que irritou o PT, Dilma e o Planalto. Carimbou seu passaporte para continuar no cobiçadíssimo ministério das Cidades.

A nova esquerda brasileira

"A esquerda da América Latina na verdade se divide em duas. Uma populista, declaratória, assistencialista, a de Chaves (sic). Outra de Lula, responsável, segura, cumpridora de seus compromissos externos e internos." O elogio vem de José Sarney, o novo esquerdista do Brasil, no jornal Brasil Econômico.

Ainda o Banco Panamericano

Não será ninguém ao redor da presidente eleita ou a própria futura primeira mandatária a fazer qualquer questionamento interno ou externo sobre o caso Panamericano, o mico que foi parar na CEF. Além disto, acomodar os interesses do PMDB incluirá Meirelles, e falar em Panamericano poderia levar a desagradável pergunta sobre onde estava o BC em tudo isto... logo, melhor calar.

A "queridinha" do mercado

Este negócio de escutar muito os elogios dos experts do mercado financeiro é verdadeiramente um perigo. Veja o caso da Espanha e da Irlanda, para falar de dois países do Velho Continente. Nos relatórios de três anos atrás sobravam elogios ao desempenho econômico de ambos. Agora, o temor é de que eles quebrem... O Brasil está sendo muito paparicado pelos experts. Esta é uma razão para o país tomar cuidado.

Sem ilusões

Preparem seus corações e bolsos. Há algum tempo a inflação estava ganhando força e se generalizando. Agora é para valer. A inflação voltou. O BC muito possivelmente vai ter de subir juros logo no início da administração Dilma.

Alckmin e a dívida

Se viesse do PT pré-Lula os tucanos e democratas iam acusar de "caloteiro". Mas, em Geraldo Alckmin, a pecha não pega. O governador de SP vai bater forte para melhorar o nível de endividamento do Estado. Como ? Ninguém sabe, mas a quebra de contrato se dará. Para o bem, ou para o mal.

Ministeriômetro - capítulo V

A lista só engorda :

Desenvolvimento Social - Patrus Ananias
Defesa - Michel Temer
Cidades - José Fillipi Junior, Antonio Carlos Valadares
Credores - Ciro Gomes, Osmar Dias, Vírgilio Guimarães

Farra cambial

Alguma coisa está totalmente fora do lugar quando : num país grande produtor de minério de ferro, os produtos siderúrgicos importados (com custo de frete e impostos já computados), chegam a ser 40% mais baratos do que os nacionais. Em comparação com o chinês, o aço tupiniquim pode chegar ao dobro. Como escreveu recentemente o ex-ministro e ex-deputado Delfim Neto, "parece que com a taxa de câmbio de R$ 1,60 já podemos importar o etanol de milho dos EUA..."

Silêncio dos inocentes

Nunca antes neste país se viu uma passagem do presidente Lula (desta vez com Dilma a bordo, na condição de futura presidente) e um retorno ao Brasil tão amuados quanto os do encontro do G-20 em Seul. Qual fantasma os dois e mais o ministro Guido Mantega viram por lá ? Não erra quem apostar na situação da economia mundial e no destino do dólar.

Notícias da oposição

Para não passar em branco, noticia-se que gorou a fusão DEM/PMDB, passaporte para o Democratas voltar ao governo. E que Gilberto Kassab não levará para o PMDB, se para lá se dirigir, o séquito de políticos que imaginava, a não ser que a fidelidade partidária caia. Mesmo assim... E não levará os votos que pensa deter para uma disputa para o governo estadual. Talvez nem leve a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes pelo partido de Temer e Quércia. Tanto na prefeitura da capital quanto no Estado, em 2012 e 2014, o tira-teima ainda será entre PT e PSDB, sem vagas para intrusos.