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Porandubas nº 94

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Atualizado às 09:27

 

APAGÃO NO CONGRESSO

Espera-se que o STF acolha o pedido das oposições de instalação da CPI do Apagão na Câmara dos Deputados. A essa altura, o governo trabalha com a idéia de amortecer o impacto do espetáculo a ser proporcionado pela Comissão Parlamentar de Inquérito. O PMDB não abre mão da presidência da CPI. Quer ter um trunfo nas mãos, no momento em que os petistas incrustados na administração federal repelem pressões para ceder cargos aos peemedebistas. Por algum tempo mais, as chamas da fogueira congressual estarão acesas em torno do Apagão Aéreo.

CAIU O MITO DO JUIZ INTOCÁVEL

O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça, teve a coragem de dizer que o mito do juiz intocável foi para o baú da memória. A corrupção está entranhada nos três Poderes. Chegou a hora da deusa da Justiça dar um banho de limpeza na toga dos juízes.

E O FORO ESPECIAL, HEIN?

Diz-se que, sob o prisma técnico, a liberação dos desembargadores e juízes, autorizada pelo ministro Cezar Peluso, é a correta. Mas a voz do povo diz que tratamento diferenciado para acusados do mesmo crime é discriminação inaceitável. O corporativismo dos juízes também está no banco dos réus.

ACM E LULA

O poderoso senador Antônio Carlos Magalhães só é Toninho Malvadeza para os ferozes adversários baianos. Mas sabe ser gentil e educado no plano da articulação político-institucional. Abriu um espaço de conversa com o presidente Lula. Objetivo: evitar que suas bases sejam engolidas pelo "furacão" Geddel Vieira Lima que agora como ministro e ao lado do governador petista Jaques Wagner tem condições de passar como rolo compressor sobre o terreno do PFL do maior Estado nordestino.

O DITO DA SEMANA

O dito da semana já foi produzido pelo presidente Luiz Inácio. Extingue-se, no país, "a elite de sobrenome". Lula quer dizer que uma nova elite começa a emergir. Trata-se da nova classe que sobe na escada da educação. E que se junta aos 10 milhões que saíram da classe D para ingressar nas classes C e B.

MARINHO E MARISA

O ministro Luiz Marinho garante que será candidato a prefeito de São Bernardo do Campo. Ficou de farol baixo quando soube que Maurício Soares, ex-prefeito, quer voltar à prefeitura. Soares, dizem, é hoje uma barbada, ou seja, dará um banho em qualquer candidato oposicionista. Daí a especulação que começa a ser ouvida: dona Marisa, a primeira-dama do país, seria a candidata a vice de Marinho. A conferir.

TUMA NO PMDB OU NO PTB?

O senador Romeu Tuma estuda hipótese de entrar no PMDB ou no PTB. Está insatisfeito com o PFL. Afasta-se do prefeito Gilberto Kassab. Conversou há tempos com Orestes Quércia, o manda-chuva do PMDB paulista. Mas este teme que Tuma possa vir a ser candidato a senador pelo partido. Mas este cargo já está reservado. Para quem? Para ele mesmo, Quércia. Por isso, o senador pensa em se filiar ao PTB. Nada resolvido.

CONSELHO POLÍTICO

Amanhã, quinta-feira, Lula reunirá, mais uma vez, seu Conselho Político. Na pauta, duas apresentações. A primeira, a cargo do ministro Temporão, que fará uma palestra sobre a saúde no país. A segunda, a cargo do ministro Tarso Genro, abordará a questão da reforma política. Tarso começa a se posicionar na linha de frente da moldura político-institucional.

SINAIS DE INQUIETAÇÃO

O tempo corre e o governo patina em matéria de coalizão administrativa. A base peemedebista está muito inquieta. "Isso não é bom, isso não é bom", é o refrão que se ouve nos corredores do Congresso. E o ministro Walfrido dos Mares Guia começa a ser chamado de Walfrido dos Ares Perdidos.

KASSAB À PROCURA DE IDENTIDADE

O prefeito Gilberto Kassab, do PFL, continua a apostar que será o candidato do governador José Serra à prefeitura de São Paulo, em 2008. Hoje, suas chances estão em 70%. Acredita que a cidade limpa é e será seu cartão de visitas. Ocorre que esse cartão é bem aceito pelo meio da pirâmide. A base quer mais, muito mais. E Kassab terá dificuldades em mostrar os feitos, ainda muito modestos. Geraldo Alckmin chegará ao limite de sua capacidade de articulação para ser o candidato tucano. Chegará a São Paulo no próximo mês de maio, antecipando a volta dos Estados Unidos.

OMBUDSMAN DO GOVERNO LULA

O melhor ombudsman do governo Lula chama-se José Dirceu. Elogia e faz críticas, avança e recua, na esteira dos atos administrativos e decisões das instâncias superiores do governo do qual foi praticamente "o primeiro ministro". Dirceu tem um blog onde registra as alegrias e raivas da corrente que ainda lidera, o Campo Majoritário.

EXAGERO CUTIANO

Que a CUT gosta de exagerar, é sabido. Mas há exageros que margeiam o terreno da burrice. Essa greve de uma hora e meia de paralisação de ônibus e metrô, prejudicando quase 1 milhão de pessoas, em São Paulo, não foi bem assimilada pelos próprios trabalhadores, a quem a CUT diz que defende. A greve foi feita para defender o veto de Lula à emenda 3. Que diabo de emenda é essa, perguntam os trabalhadores? O que é veto a emenda? Esse foi um tiro que saiu pela culatra.

E A COMISSÃO DE TRABALHO, HEIN?

Quando tomou posse na presidência da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), entusiasmado com a pauta de inovações que pretendia implantar na importante Comissão que preside, prometeu desencalhar os projetos sobre Terceirização de Serviços que por ela tramitam. O governo, por meio do ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, acaba de anunciar uma estratégia de desterceirização na administração federal, na contramão da tendência mundial. A hora é propícia para um amplo debate da questão na esfera da Comissão de Trabalho. Com a palavra, o deputado Marquezelli.

PENSANDO O FUTURO

O professor Mangabeira Unger é, seguramente, um homem de alta qualidade intelectual. O fato de ter um forte sotaque americano não pode ser usado para sujar a sua biografia. Mas há algo que soa estranho na investidura do ministro nomeado para projetar o futuro do Brasil. Comenta-se que seu partido, o PRB, mandou contar os cargos existentes na estrutura do IPEA. Nunca esse sério Instituto passou pela vergonha de tomar banho na bacia do apadrinhamento político.

E POR FALAR EM PRB ...

Pois é, esse tal PRB, Partido da República, cujo chefe maior é o vice-presidente José de Alencar, é muito "abençoado" pela Igreja Universal. Será por isso que o bispo Marcelo Crivella, senador pelo Rio de Janeiro, sobrinho do bispo Edir Macedo, CEO da Igreja Universal, apresentou projeto de lei para inserir a cultura religiosa na lei Rouanet, voltada para beneficiar as artes e a cultura? Igrejas e credos já se beneficiam com isenções tributárias. O projeto Crivella também poderia ser chamado de "lei Cara de Pau".

80% NÃO CONFIAM NA JUSTIÇA

Cerca de 80% dos brasileiros não confiam na Justiça. Triste para uma Nação que exibe esse índice de desconfiança em sua mais sagrada instituição.

US$ 22 BILHÕES

Os acidentes de trânsito, no Brasil, custam US$ 22 bilhões, ou mais de R$ 44 bilhões. Dados da Organização Mundial da Saúde.

PAI DA NAÇÃO CONSERVADORA, MÃE DA NAÇÃO LIBERTADORA

As eleições francesas fazem emergir no cenário a bandeira do conservadorismo e a bandeira do salvacionismo social. De um lado, as bases do nacionalismo, apontando para o resgate de valores tradicionais e o endurecimento de regras e princípios; de outro, as bases do Welfare State, com a ampliação e consolidação da rede de proteção social. O nacionalismo exibe forte viés de defesa de uma identidade nacional. O salvacionismo sinaliza a proteção aos carentes, fracos oprimidos, e os braços abertos à imigração. Sarkozy é o candidato dos primeiros e Ségolène, dos segundos. A França deverá abrir o ciclo do conservadorismo.

NINGUÉM MAIS QUER A REELEIÇÃO

Até pouco tempo, a reeleição era a salvação da Pátria. Hoje, é condenada por gregos e troianos. Lula, em seu programa matinal de rádio, diz que nunca foi favorável à reeleição, mas deixará a decisão ao Congresso Nacional. Serra e Aécio também se dizem contrários ao estatuto. O primeiro abre as portas para um grande diálogo com Lula. O segundo abre uma fresta de conversa com o PMDB. E Luiz Inácio estica o olhar para 2.015. Ou seja, no Brasil, político só pensa naquilo...

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