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O Brasil que eu quero para 2013

O ministro do STF Marco Aurélio faz um retrospecto do ano que passou e elenca as perspectivas para 2013.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Atualizado em 8 de fevereiro de 2013 14:41

 

Chegou ao fim 2012. O contexto social revelou a continuidade dos problemas nacionais. A falta de investimentos na educação implicou o pífio resultado do Enem e deixou o País no final da fila no cenário mundial. O transporte público fez sofrer os usuários. A violência alcançou índices impensáveis. Os escândalos sobre o mau uso da máquina pública se sucederam. Os novos estádios de futebol sobem, mas os hospitais afundam com o excesso de pacientes e a falta de médicos, equipamentos e condições de atendimento. O PIB decepcionou. Diplomas de nível superior foram obtidos mediante troca de favores. Ninguém sabia de nada. O escárnio desfila pelas ruas enquanto casebres escondem a miséria extrema.

A sequência de desmandos, entretanto, não calou o povo nem paralisou as instituições. Foi-se o tempo em que o medo e a omissão acobertavam o descalabro. Nunca antes, na história deste País, agiu-se com tanto vigor a favor dos interesses coletivos, da defesa das minorias, da responsabilização criminal dos envolvidos em atos de corrupção e desvio de verbas públicas. A imprensa mostrou-se vigilante. A polícia atuou. O Ministério Público desvelou-se. O Poder Judiciário, mesmo bombardeado e pressionado, desempenhou o papel que lhe cabe constitucionalmente, assentando uma nova ordem mediante a qual se construiu o grande ideal de justiça para todos - ninguém pode eximir-se da aplicação da lei em decorrência de cargos, escolaridade ou posição social. Tais resultados seriam inatingíveis sem as prerrogativas da magistratura, cuja finalidade é garantir ao juiz independência no sublime dever de dizer o direito, a partir dos fatos e da previsão legal, segundo a ciência e consciência possuídas.

Estamos em 2013. Tempo de fazer o retrospecto do que se passou, dos sonhos concretizados, das perdas e ganhos. Oportunidade para curar feridas, restabelecer amizades esquecidas, pedir e conceder perdão, rezar pelos que se foram, celebrar os que continuam aqui. É necessário abrir espaço para aquilo que se quer obter, limpar o coração dos sentimentos opacos, ventilar a mente, lavar a alma. Sem corrigir a rota não se chega ao destino, perde-se pelo caminho, deixa-se de alcançar os objetivos.

Meus desejos para este ano são os do homem que tem na família seu esteio e no trabalho sua fonte de sustento, são os do avô que quer tempo para brincar com os netos - João Pedro e Rafaela -, do profissional que busca encerrar a jornada com a grata satisfação da tarefa cumprida, do cidadão que reza para retornar em segurança a casa, que visa o crescimento econômico, o fim da corrupção, a melhoria do ensino e a distribuição democrática das oportunidades. Sou o brasileiro que não desiste nunca, que tem fé, que sonha com um grandioso futuro para a Nação. Quando se sonha, a realidade começa a se transformar, sai-se do campo da imaginação e passa-se ao plano da materialização. Sonhemos todos. O sonho é o primeiro passo da conquista. Que o Altíssimo nos abençoe com saúde, paz e prosperidade!

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*Marco Aurélio Mello é ministro do STF, vice-presidente do TSE e presidente do Instituto Metropolitano de Altos Estudos - IMAE.





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