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Programas de compliance devem ser encarados como diferencial competitivo

Leonardo T. de Moraes

A implementação é custosa, mas se tornou inevitável depois da lei anticorrupção.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Atualizado em 6 de março de 2014 15:19

A necessidade de atender às novas regulamentações contra a corrupção, fraudes e licitações vem exigindo das empresas, sócios, representantes e consultores que criem e implementem alguns mecanismos de controle interno das atividades das organizações. Após a entrada em vigor da chamada lei anticorrupção, quem contar com políticas internas de integridade, auditoria, incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética terá a pena reduzida.

É neste momento que entra a prática do chamado compliance, um conjunto de técnicas que transformam princípios de governança corporativa em atitudes, e que podem ser realizadas com a criação de um departamento próprio da empresa ou através de um controle prestado por terceiros.

A aplicação de um programa de compliance é longa e complexa, pois inclui um processo de revisão de toda a informação fiscal, contábil e operacional da corporação, além da avaliação de riscos, rentabilidade e vulnerabilidades, para só depois desenvolver métodos e soluções práticas e específicas para cada tipo de organização.

A princípio, as medidas que podem ser utilizadas por todos os tipos de empresa são a adoção de um Código de Conduta e de um Canal de Denúncias. No entanto, vale ressaltar que a legislação dispõe, expressamente, que não basta apenas a existência de métodos de compliance, mas sim do convencimento dos funcionários em obedecer e agir nos limites das soluções encontradas.

Diversos fóruns internacionais, como a Rio+20 no Brasil, já vinham discutindo o tema desde 2012. Mesmo assim, a prática no país ainda é pouco comum, devido ao custo da operação, que deve ser personalizado de acordo com o porte, a estrutura, o setor e a atividade de cada empresa. Porém, depois da aplicação da lei 12.846, a implantação destas técnicas é inevitável, mesmo que pese no orçamento.

O fato é que a empresa que enxergar nas práticas de governança corporativa e compliance apenas uma obrigação para cumprir leis, tem grandes chances de perder ótimas oportunidades. Pois ao promover políticas de transparência, prestação de contas e desenvolvimento social e ambiental, as organizações ganham credibilidade e confiança interna e externa, tornam-se mais competitivas no seu segmento e mais atraentes para obter novos investimentos, garantindo assim a sustentabilidade dos negócios e a longevidade da corporação.

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* Leonardo T. de Moraes é advogado e líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em Planejamento Sucessório e Governança Corporativa, no escritório Mussi, Sandri & Pimenta Advogados.

 

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