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Brasil no rol dos 20 países mais violentos do mundo

Nossa história de Casa Grande e senzala (escravagista) continua sendo um fardo muito pesado sobre nossas costas.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Atualizado em 9 de maio de 2013 15:33

Vergonhosamente o Brasil, sétimo país mais rico do mundo, está no rol dos 20 mais violentos do planeta (ocupa a 18ª posição). Nossa história de Casa Grande e senzala (escravagista) continua sendo um fardo muito pesado sobre nossas costas. A governança do nosso caos passa pela violência, pela disseminada corrupção (fraude) e pela tendencial radicalização religiosa.

De acordo com os dados divulgados pela UNODC (Escritório para assuntos de Drogas e Crimes da ONU), os 20 países com os maiores índices de violência estão localizados principalmente na África, na América Central e na América do Sul. São eles: Honduras, El Salvador, Costa do Marfim, Venezuela, Belize, Jamaica, Guatemala, São Cristóvão e Nevis, Zâmbia e Uganda, Malauí, Lesoto, Trinidad e Tobago, África do Sul, Colômbia, Congo, República Centro Africana, Brasil, Etiópia e Santa Lúcia.

Esses países foram comparados em entre si a partir da lista dos países avaliados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), para a construção do índice de desenvolvimento humano, um total de 187 países.

Honduras, na América Central, é o país mais violento, segundo o levantamento: o país registrou 91,6 mortes para cada 100.000 habitantes, em 2011. Má notícia: os primeiros colocados aumentaram exponencialmente as taxas de mortes.

Vejamos a tabela:

Honduras, o país que mais mata no mundo, continuou com a vergonhosa 1º colocação, por ter registrado uma taxa de 91,6 mortes a cada 100.000 habitantes. Mais pessimista foi o crescimento de 11,5% em comparação com o levantamento de 2011, quando registrava 82,1 mortes para cada 100.000 habitantes.

El Salvador, o 2º país mais violento do mundo, também manteve sua posição, entretanto, teve um crescimento em sua taxa de mortes, que passou de 66 para 69,2 para cada 100.000 habitantes.

Costa do Marfim (3º), Guatemala (7º), São Cristóvão e Nevis (8º), Zâmbia (9º) e Uganda (10º) mantiveram as mesmas posições do levantamento de 2011. Belize que era o 6º colocado, passou para o 5º lugar.

A Jamaica, que no levantamento de 2011 era a quarta colocada, conseguiu baixar seu índice, que era de 52,1 a cada 100.000 habitantes para 40,9 para cada 100.000 habitantes, uma queda de 21,5%.

A Venezuela que anteriormente era a 5º colocada, apesar de também ter apresentado uma queda em sua taxa, subiu para a 4º colocação ostentando uma taxa de 45,1 mortes a cada 100.000 pessoas em 2010. A maior taxa entre os 100 países mais bem colocados no índice de desenvolvimento, da ONU e a pior da América Latina.

O Brasil, no último levantamento realizado, ocupava a 19º posição, com uma taxa de 26,8 mortes a cada 100.000 habitantes, em 2009. Em 2012 passou a ser o 18º país mais violento do mundo, contabilizando uma taxa de 27,4 mortes para cada 100.000 habitantes, um crescimento de 2,2% na taxa por habitantes.

Honduras, o país com a pior colocação no nosso ranking de homicídios, está localizado na América Central e teve uma população estimada em 2009, de 7 milhões e 800 mil pessoas. O país que é um dos mais pobres da América, teve sua situação agravada após sofrer, em 2009, uma séria crise política, na qual um golpe militar foi instaurado. Honduras sofre constantemente ondas de violência, que chega a contabilizar cerca de 20 mortes violentas por dia (Ver: Violência em Honduras deixa mais seis mortos em tiroteio). Atualmente, passando por mais uma onda de mortes violentas, seu presidente foi obrigado a trocar o ministro da Segurança (Ver: Sob onda de violência, presidente de Honduras troca ministro da Segurança) para tentar dar um fim à situação.

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* Luiz Flávio Gomes é jurista e professor fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do atualidadesdodireito.com.br. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001).

**Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil

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