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Plano de carreira para escritórios de advocacia

Um dos principais motivos para a implantação de plano de carreira é a retenção de talentos, trazer ao colaborador a visão de que no escritório pode formar uma sólida carreira, e, com o plano de carreira implementado, quais serão os degraus para a realização do objetivo.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Atualizado em 6 de dezembro de 2017 17:25

Vem em mente o questionamento: A partir de que momento meu escritório precisa de um plano de carreira?

É muito comum afirmar-se que o escritório não deve se preocupar com plano de carreira já que tem tamanho pequeno, poucos funcionários. Ledo engano.

Um dos principais motivos para a implantação de plano de carreira é a retenção de talentos, trazer ao colaborador a visão de que no escritório pode formar uma sólida carreira, e, com o plano de carreira implementado, quais serão os degraus para a realização do objetivo.

Imaginemos o seguinte:

Um escritório pequeno composto por dois sócios, dois advogados juniores e um estagiário. Os sócios ocupam-se da administração da banca, prospecção e atendimento dos clientes.

Os advogados juniores tratam do dia a dia processual, fazem as petições, recebem as publicações, anotam os prazos.

Ambos são treinados para atender suas funções encaminhando aos sócios as petições para revisão e assinatura.

O estagiário cuida das providências administrativas, inexperiente, não possui conhecimento para elaborar petições.

Os advogados possuem o mesmo cargo, mesmo salário, entretanto, um deles é visivelmente mais engajado, proativo, sempre busca conhecimento, novos cursos e especializações, enquanto o outro demonstra-se acomodado, sem comprometimento, com pouco desenvolvimento nas petições.

Pois bem, o advogado engajado começa a ficar desmotivado, já que seu esforço apenas reflete em aumento de trabalho diante da confiança que os sócios tem de que cumprirá as tarefas. Não há reconhecimento, nem novas oportunidades de crescimento profissional, ao mesmo tempo que o advogado acomodado, recebe os mesmos benefícios e metade das responsabilidades.

Até que o advogado engajado sai do escritório aceitando uma oportunidade em outra banca. E agora? Como o escritório vai suprir a falta do profissional? Até conseguir repor o profissional e treiná-lo a opção provavelmente será que os sócios deixem suas atividades de gestão e relacionamento com clientes para elaborar as petições, acompanhar as publicações, enfim, acumular as funções.

Isso poderia ter sido evitado com o reconhecimento pelo profissional de que seu esforço e dedicação trariam o progresso na carreira, seriam recompensados. Mas no escritório não há progressão de carreira.

Outra vantagem que a manutenção do profissional no escritório traria e é a oportunidade de "moldar" o profissional reconhecidamente competente e confiável de acordo com a cultura, missão, visão e valores da organização. Criando uma identidade entre o pensamento do profissional e o do escritório.

Pesquisas apontam que a questão financeira não é determinante pela escolha do profissional pela empresa em que vai atuar.

Plano de carreira, reconhecimento profissional, bom ambiente de trabalho, são apontados entre as principais razões para que o profissional busque sua colocação ou permaneça no emprego atual.

Portanto, concluo com essa explanação devolvendo a pergunta e para uma nova reflexão, com outro prisma: A partir de que momento meu escritório precisa de um plano de carreira?

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*Danielle Alves Lima de Oliveira é consultora em Gestão Jurídica franqueada da Radar - Gestão para Advogados.

Samantha Albini

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