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O melhor e o pior de nós, seres humanos

Essa crise tem permitido a revelação de humanistas que até pouco tempo não eram reconhecidos como tal, o surgimento de novos líderes e também a reafirmação da liderança de pessoas já conhecidas como bons líderes.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Atualizado às 12:03

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Todos nós temos guardados bem lá no fundo de nossas personalidades algumas características que estão adormecidas (os psicólogos e psiquiatras me perdoem por essa intromissão não capacitada). Fazendo comparação metafórica, essas características são como partículas não dissolvidas num liquido e sedimentadas no fundo de um recipiente ou mais ludicamente, aqueles floquinhos de neve dentro dos "snow globes" que ficam parados em baixo até que o chacoalhemos para que subam.

Essas características normalmente ficam quietas e guardadas até que algo muito sério ocorra que chacoalhe nossas vidas e aí sim elas aparecem, veem à tona e descobrimos que nossos limites são muito maiores do que sempre imaginamos e arranjamos forças que não sabemos de onde elas vieram.. É bastante comum estórias de pessoas que passaram por estresses muito grandes em certos momento de suas vida e depois declaram: "não sei onde achei forças para aguentar / superar isso"! Estamos, no meu ponto de vista, passando por uma situação dessas e que está nos chacoalhando e fazendo aflorar algumas dessas características adormecidas.

Felizmente, na maioria das pessoas, o que tem vindo à tona são sentimentos de empatia, atitudes de solidariedade e principalmente reavivando o espírito comunitário de preocupação e ajuda ao próximo. Essa crise tem permitido a revelação de humanistas que até pouco tempo não eram reconhecidos como tal, o surgimento de novos líderes e também a reafirmação da liderança de pessoas já conhecidas como bons líderes. Cada dia que passa aumentam as notícias de cantores, esportistas, empresas e pessoas desconhecidas que se prontificam a doar e a se voluntariar para ajudar de alguma forma.

Infelizmente também faz brotar em algumas pessoas (ainda bem que são a minoria) aquelas características que aprendemos a combatê-las: o oportunismo negativo, o charlatanismo, o egoísmo, o individualismo, ou em outras palavras "a esperteza picareta dos aproveitadores " de só pensar em si e em seus interesses. O lado bom disso é que tem desmascarado lideres demagogos e hipócritas e nesse rol se encontram alguns políticos (que só pensam na reeleição), lideres de falsas igrejas (que só quere manter o dizimo) e sub celebridades (que querem aumentar seus "likes").

Mudando o foco da discussão para a economia e a sociedade, esse acontecimento fará uma mudança radical em todos nós ao estilo da teoria evolucionária de Darwin (onde o ambiente impõe mudanças às espécies e a seleção natural faz o seu papel).

Algumas empresas e atividades se beneficiarão com as necessidades atuais (fornecedores de insumos e equipamentos hospitalares, por exemplo); outras acharão novos nichos de mercado e florescerão; algumas terão suas imagens alteradas drasticamente  (como os motoboys em SP que passaram de praga para salvadores) e infelizmente algumas sofrerão bastante e sucumbirão. Equipes de apoio médico, tais como enfermeiras(os), atendentes e auxiliares alçam para a condição de heróis anônimos e para não esquecer, advogados costumam se dar bem nessas crises por conta dos litígios naturais que aparecerão no seu vácua (automobilisticamente falando).

Também temos visto notícias muito importantes em relação ao clima e nossos impactos nele, tais como: ares e céus mais limpos em São Paulo (dando para ver estrelas); águas limpas e transparentes em Veneza (até com golfinhos aparecendo), imagens de satélite da Nasa comprovante diminuição brutal da poluição e várias outras.

Sou um otimista em relação ao futuro (tenho reiterado constantemente)  e acho que o principal motivo que me faz acreditar nisso são as novas gerações (Y e Z) que apesar de taxadas como sem noção pelas mais velhas (Baby boomers e X) são muito mais conscientes sobre os efeitos globais de toas as decisões da humanidade e principalmente porque são menos gananciosas!

A verdade é que não seremos mais os mesmo depois que tudo isso passar (e vai passar) e espero sinceramente que sejamos um pouco melhores !

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t*José Paulo Graciotti é consultor, palestrante internacional, autor do livro "Governança Estratégica para escritórios de Advocacia", já editado em 3 idiomas, sócio e fundador da GRACIOTTI Assessoria Empresarial, membro da ILTA- International Legal Technology Association e da ALA - Association of Legal Administrators. Há mais de 30 anos implanta e gerencia escritórios de advocacia.

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