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Como identificar e evitar uma fake news

Um levantamento da Avaaz, organização de pesquisa e plataforma de mobilização online, revelou que o brasileiro acredita em qualquer informação que é exposta a ele, sem fazer nenhum tipo de verificação do conteúdo recebido. Com isso, o brasileiro é tido como a população que mais acredita em fake news no mundo.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Atualizado às 08:50

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1. Introdução

As notícias falsas, também conhecidas em inglês como fake news, são informações inverídicas, boatos, desinformações de conteúdo enganoso no todo ou em parte. O objetivo das fake news é ser escrita e publicada com a intenção de ludibriar os leitores e/ou telespectadores, desviar uma informação, induzir a um determinado comportamento, criar uma opinião com viés de vantagens financeiras, políticas, sensacionalistas, entre outras.

As fake news, também são conhecidas como imprensa marrom (uma expressão de cunho pejorativo, utilizada para se referir a veículos de comunicação considerados sensacionalistas, exagerados de fatos sem compromisso com a verdade).

Um levantamento da Avaaz, organização de pesquisa e plataforma de mobilização online, revelou que o brasileiro acredita em qualquer informação que é exposta a ele, sem fazer nenhum tipo de verificação do conteúdo recebido. Com isso, o brasileiro é tido como a população que mais acredita em fake news no mundo. Segundo a plataforma, 7 em cada 10 brasileiros se informam pelas redes sociais e 62% já acreditaram em alguma notícia falsa.

Na terça-feira dia 30/06 o senado aprovou o texto-base da conhecida "PL das Fake News"  2.630/20. O próximo passo será a análise por parte da Câmara dos Deputados e, posteriormente, a sanção ou veto do presidente da República.

Neste sentido, a legislação se faz necessária e urgente, para tratar o problema da disseminação de notícias de conteúdo falsos, sendo um dos maiores problemas da sociedade contemporânea, seja no Brasil e no mundo.

2. Como combater as fake news

Com o objetivo de alertar a população, foi adotado o "carimbo" - Fake News Não - como elemento visual para constar nas imagens com a avaliação da notícia e divulgação pelos órgãos públicos interessados. Também foram criadas as hashtags #FakeNewsNão, #FakeNewsPerigoReal, #FakeNews para compor a postagem nas redes sociais.

A ideia principal é estimular a adesão cada vez maior de entidades, instituições e veículos de comunicação para verificar autenticidade e a credibilidade das informações ou mesmo evitar a publicação ou o repasse de notícias de conteúdo falsos.

Para não colaborarmos voluntariamente na publicação de conteúdos duvidosos, é primordial realizarmos verificações prévias. A seguir relacionamos algumas orientações de como avaliar ou checar o conteúdo recebido.

2.1 Através da verificação própria do conteúdo recebido. Segundo o portal de checagem do CNJ - Conselho Nacional de Justiça, são quatro passos que ajudam a desvendar notícias falsas.

A. Analise

Antes de compartilhar um texto, é importante lê-lo com atenção. Observe se ele possui palavras em letras maiúsculas, exclamações, abreviações, erros de ortografia e excesso de adjetivos. Desconfie se houver muitas opiniões, títulos sensacionalistas e dados sem indicar a fonte.

Existe uma série de perguntas que podemos fazer para checar a informação:

A informação tem link?

O link abre ou está "quebrado"?

A informação foi publicada em portal conhecido?

A informação é assinada por alguém conhecido?

A informação tem erros gramaticais?

A informação começa de modo alarmista?

A informação menciona terceiros mas não diz o seu nome (famoso médico, famoso especialista, famoso jurista)?

A informação pede para ser compartilhada?

B. Pesquise

As pistas para descobrir fake news vão além do texto. Sites com nomes parecidos com o de veículos conhecidos, que não identificam seus autores e não possuem informações de contato são suspeitos. Às vezes, os especialistas consultados nem existem. Vale dar um Google.

C. Confirme

Verifique se a notícia saiu em algum outro jornal, revista ou site. Tome cuidado, pois um conteúdo falso nem sempre é 100% mentiroso. Às vezes é só um trecho usado fora de contexto ou uma matéria muita antiga compartilhada como nova. Essa manipulação contribui para a desinformação.

D. Denuncie

No Facebook, é possível classificar o conteúdo suspeito como "falso": basta clicar nos três pontinhos do canto direito da publicação. As agências de checagem de fatos especializadas em confirmar ou desmentir discursos políticos, vídeos e até correntes de WhatsApp possuem formulários de denúncia.

2.2  Através da averiguação do conteúdo recebido. Iniciativas públicas.

O conselho Nacional de Justiça em conjunto com parceiros da iniciativa publica e privada, lançaram o Painel de Checagem de Fake News com inúmeras dicas de monitoramento de informações disponíveis no site do CNJ. O objetivo é alertar e conscientizar a população dos perigos de compartilhamento de informações falsas.

No tocante a saúde em razão da pandemia e com o  aumento das Fake News, bem como para combater as notícias falsas, o Ministério da saúde está disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens a população, sendo um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdadeiras ou falsas. Maiores informações podem ser verificadas no site do Ministério da Saúde.

2.3  Através da averiguação do conteúdo recebido. Iniciativas privadas.

Boatos.org - Criado  por jornalistas em busca da verdade dos fatos.

E-farsas - Criado por profissional de T.I, o mais antigo site de checagem de notícias do Brasil, com a finalidade de desvendar os boatos que circulam na internet. 

TODOS CONTRA AS FAKE NEWS !

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*Flavia Alcassa dos Santos é advogada Direito Digital | DPO Data Privacy | Corporate | Membro comitê jurídico ANPPD® - Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados.

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