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Considerações sobre o futuro da OAB paulista

Antes da pandemia, a sociedade já vinha alterando o modo de ver muitas coisas. No entanto, a expressão "o novo normal" veio ganhando destaque, com o significado de demonstrar que por conta dos eventos da pandemia teremos que nos adaptar a uma nova forma de agir e encarar a realidade doravante. Nesse cenário, é importante observar o futuro da Ordem dos Advogados de São Paulo.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Atualizado às 09:31

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Tornou-se comum o uso da expressão "o novo normal", com o significado de demonstrar que por conta dos eventos da pandemia do coronavírus teremos que nos adaptar a uma nova forma de agir e encarar a realidade doravante.

Antes da pandemia, a sociedade já vinha alterando o modo de ver muitas coisas. A revolução digital ou revolução 4.0 trouxe para o dia a dia, as conversas através de aplicativos e uma série de atos virtuais para atividades anteriormente presenciais, como assembleias societárias e até mesmo audiências judiciais.

Nesse cenário, gostaria de tecer algumas considerações sobre o futuro da nossa Ordem dos Advogados de São Paulo.

A cada eleição temos o discurso da renovação, de novos tempos para a OAB, sem que isso reflita necessariamente alterações significativas. Sem nenhuma crítica aos nobres colegas ocupantes ou que já ocuparam a direção de nossa entidade, temos que começar a pensá-la com alterações profundas e estruturais.

E estas alterações só poderão ser pensadas e efetivadas por quem as enxergue, por quem tenha, e me desculpem o clichê, um mindset digital, como o mundo agora exige. Sem nenhum demérito ao passado, afinal, só chegamos ao presente por conta dele, agora estamos no mundo das redes sociais, dos aplicativos instantâneos e de novas formas de comunicação e quem não sabe fazer uso dessas tecnologias, certamente não conseguirá vislumbrar as mudanças estruturais que ela pode propiciar para a OAB.

Para citar algumas ações concretas, chegou o momento de eliminar processos físicos, requerimentos em papel, a OAB deve ser totalmente digital, o que irá gerar uma agilidade em procedimentos muito grande.

Outras medidas possíveis é buscar as reformas em nossas normativas para que reuniões de Conselho possam ser virtuais, sem a necessidade de deslocamento de cerca de uma centena de conselheiros de outros Municípios para a Capital, muitas vezes com necessidade de hospedagem e outros gastos, sobretudo o de tempo. As reuniões das Comissões poderão seguir essa mesma sistemática. Além disso, nomeações para diferentes cargos poderão ser efetuadas pelo site da entidade, dispensando os ofícios em papel ainda emitidos.

Não se trata aqui de apresentação de propostas eleitorais, até mesmo porque não temos eleições próximas e justamente por isso este pode ser o momento ideal para o debate destas ideias, para a formulação de propostas que eventualmente possam ser incorporadas por candidatos de situação e oposição, caso as entendam benéficas para os advogados.

Caso não caminhemos para esta evolução tecnológica e mudança de mentalidade, ficaremos para trás. Mudar a forma de fazer as coisas não é afrontar uma valorosa tradição, mas sim, nos ajustarmos a um novo modo de agir e gerir, onde os resultados poderão ser auferidos de forma objetiva, onde poderemos ter indicativos para melhores práticas, aprimorando a governança com normas de compliance e fazendo a OAB ser mais próxima de todos.

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t*Francisco Gomes Júnior é advogado na OGF Advogados. Graduado pela PUC/SP. Pós-graduado em Processo Civil (GV Law) e em Direito Regulatório das Telecomunicações (UNB - Universidade de Brasília).


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