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Buscando emprego - 3 estratégias para você não se sabotar

O que você tem aprendido de positivo neste processo? Quais estratégias precisa manter e quais precisa aperfeiçoar? Reflita sobre isso.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Atualizado às 07:53

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As chances de falha estão sempre presentes em todos os processos e experiências. Para alcançar a perfeição ou obter sucesso, você deve ter sofrido quedas, contusões e arranhões. Isso também faz parte do aprendizado durante a procura de um emprego, que envolve se reinventar, se conhecer mais e explorar seu valor agregado para oferecê-lo ao mercado para que seja aceito.

O processo de recolocação não pode ser considerado alheio ao fracasso, porque somos humanos e devemos nos dar permissão para abraçar nossos erros e aprender com eles. É verdade que as reações e emoções são diferentes de acordo com as expectativas e responsabilidades do candidato. Um advogado mais jovem pode errar mais, pois está aprendendo e se perdendo para se encontrar em seu caminho profissional.

Um advogado mais sênior deve ser mais estratégico em sua oferta e procura de emprego, porque as oportunidades serão menores e ele deve saber se diferenciar nas ofertas de emprego o que lhe permitirá expressar toda a sua experiência e valor agregado.

Nossas emoções e pensamentos, especialmente, quando a necessidade pelo emprego é muito grande, podem ser inimigas, quando mal canalizadas. Devido a elas, às vezes adquirimos uma visão afunilada, que não nos permite apreciar todas as oportunidades que estão presentes neste processo.

É neste momento, que o clássico "tudo ou nada" surge em nossa cabeça: se eu não for selecionado, perdi tudo. No entanto, isso não é verdade, porque a partir disso, sempre há algo a aprender.

Neste texto, eu quero falar sobre 3 reações mais recorrentes, que afetam negativamente as suas ações neste momento da busca pelo emprego e como você pode lidar com elas:

1.      Justificativas, ou melhor, inventar desculpas para encobrir os seus erros

Quando isso acontece, o candidato acaba levando tudo para um contexto emocional e não analisa objetivamente o que aconteceu. Por outro lado, se parasse para refletir, isso lhe permitiria analisar todo o processo, repensar suas estratégias, revisar sua oferta de valor e como está se oferecendo ao mercado.

Frequentemente, converso com clientes que carregam muita carga emocional e, quando confrontados com perguntas básicas, acabam fazendo prova contra si mesmos. Isso me faz refletir sobre quantas pessoas param, a fim de analisar objetivamente o que está acontecendo e tomarem medidas efetivas.

2.      Ter vergonha deste processo

Tem gente que tem vergonha de dizer que está desempregado e acaba escondendo esta situação da sua rede, no momento em que deveria procurar estar bem mais visível.

Todos devem saber que você é um talento que procura contribuir para um escritório de advocacia ou para um departamento jurídico. As emoções negativas de estar desempregado podem lhe sobrecarregar e não lhe permitir acionar e criar redes de relacionamentos.

Quando você está neste processo, é recomendável que procure todos aqueles que conhece e permitam que saibam que você busca uma vaga. Para alguém lhe abrir uma porta, ela precisa se lembrar de você e este contato pode ser o grande gatilho para isso.

3.      Falta de resiliência

É preciso aceitar o fracasso e aprender com ele. Para fazer isso, antes de tudo, entenda que não existe uma receita única para ter sucesso em uma entrevista de emprego. Você deve agir com coerência em relação à sua essência e começar construir respostas e comportamentos eficazes.

Posteriormente, deve fazer "radiografias" de todas as entrevistas que enfrentou, para reconhecer o que funcionou, aprimorar o que não funcionou e descartar.

É preciso assumir a responsabilidade pelas situações que estão em seu campo de ação. Causar impacto em uma entrevista de emprego é sua responsabilidade. Isso envolve a preparação emocional e intelectual, além de refletir muito e mudar sua estratégia.

A grande maioria das entrevistas de emprego é realizada em 70%, com as mesmas perguntas. Portanto, é bem possível se preparar para boa parte delas.

Quer presente de vida melhor do que falhar em uma entrevista de emprego ou em um processo de seleção em que eles estão avaliando o seu talento, o seu valor agregado e o que você pode contribuir com os seus pontos fortes. E ter isso como um farol que lhe permite ver, em um contexto objetivo, quão bom você é e quão bom pode ser.

O fracasso incentiva o aprendizado, estimulado pelo desejo de melhorar, mudar e se desenvolver como profissional e como pessoa. O fracasso em um processo de seleção lhe permite ter um pensamento crítico sobre suas ações, exige que você pense no problema, escolha entre diferentes atitudes e aja.

Fortalecer o seu pensamento crítico lhe permite se colocar em uma perspectiva objetiva e racional. Dessa forma, você é forçado a lidar com as adversidades, aprender a ser um bom perdedor, aceitar a derrota e emergir mais forte a cada processo. Em outras palavras, a resiliência estar presente, uma característica altamente valorizada em profissionais atualmente.

Da mesma forma, o fracasso lhe obriga a sair da sua zona de conforto, assumir riscos calculados e ser mais inovador.

Você deve se lembrar que, quando assiste histórias de sucesso nos filmes ou nas redes sociais, está apenas vendo a ponta do iceberg; por trás disso, há muito trabalho, dedicação e, é claro, muitas falhas.

Não há finais felizes sem quedas no meio. Eu lembro sempre aos meus clientes. Mostro que, nestes momentos, estão apenas escrevendo mais um capítulo de sua vida, que sua história não está completa, existe muito ainda por vir. O medo do fracasso e do desemprego por muito tempo pode ser paralisante. No entanto, essas emoções devem ser trabalhadas.

Portanto, se você está procurando emprego, eu lhe deixo aqui as seguintes perguntas:

O que você tem aprendido de positivo neste processo? Quais estratégias precisa manter e quais precisa aperfeiçoar? Reflita sobre isso.

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t*Maria Olívia Machado é advogada; coach e mentora jurídica, presidente da Comissão Especial de coaching jurídico da OAB/SP e da Subseção de Carapicuíba; Mestre em Direito pela PUC/SP, Professora do MBA de Gestão Jurídica IPOG e da Pós-Graduação em Coaching Jurídico Faculdade Unyleya. Sócia fundadora da Thelema Coaching.

Thelema Coaching Desenvolvimento Pessoal e Profissional LTDA

 

 

 

 

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