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A vitória oficial de Biden

Não cabe ao povo julgar as acusações criminais e de evasão fiscal que sobressaem sobre Trump, ao contrário, vamos confiar no governo e no sistema de justiça e esperar que eles solucionem esses crimes.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Atualizado às 09:24

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Há 4 anos vimos Donald Trump tornar-se o 45º presidente dos Estados Unidos da América. Durante esse período, Trump corrompeu a América com observações, ideias e princípios nada democráticos. Ele, inclusive, é acusado e pode ser indiciado por diversos crimes. Mas nada do que ele fez nestes últimos anos se compara com o que ele vem fazendo atualmente aqui nos EUA. Após a vitória presidencial e eleitoral clara de Biden, Trump tem demandado e exercido seu direito de contabilizar e recontabilizar os votos em muitos estados. Mesmo tendo perdido essas contagens repetidamente, ele se recusa a admitir que foi derrotado. Esse é um pesadelo constitucional para os cidadãos e todos aqueles que chamam os Estados Unidos da América de lar. Trump age abertamente como se tivesse o direito eterno à posição de presidente mesmo embora o povo tenha falado - e falado de forma bastante clara. Seu comportamento extremamente inadequado não é aceitável.

Novas informações demonstram que Joe Biden foi declarado oficialmente vencedor das eleições na segunda-feira, dia 14 de dezembro de 2020, após os membros do Colégio Eleitoral em todos os 50 estados mais o Distrito de Columbia (o Distrito Federal) reunirem-se para darem seus votos. Esse procedimento eleitoral formal ocorreu, mesmo embora Donald Trump e seus correligionários do Partido Republicano tenham feito esforços imensuráveis para intervir nos anseios do povo e reverter a vitória de Biden declarada em novembro de 2020.

No início de novembro deste ano, Joe Biden, o 46º presidente-eleito, recebeu mais de 51% dos votos populares e 306 votos eleitorais, contra 47,2% dos votos populares e apenas 232 votos eleitorais de Trump. O programa a ser seguido por Biden, quando tomar posse em 20 de janeiro de 2021, inclui unir a população, tomando cuidados extras por conta da pandemia do covid-19, recuperação econômica, aumento de impostos para os bilionários, estabelecer etapas para reduzir e deter mudanças climáticas, criar empregos, atuar em cima da desigualdade racial, agir na melhoria da segurança física das mulheres, estabelecer um ambiente seguro para estudantes LGBTQ+ e proporcionar planos de saúde de custo acessível à todos.

Como se não bastasse Donald Trump ter negado o mundo científico e as mudanças climáticas, nunca ter cumprido suas promessas políticas, atacado o sistema judiciário e os serviços de inteligência e chamado os heróis mortos pelo seu país de "perdedores e otários", ele também põe a democracia em risco. Quando os votos ainda eram contados, Trump deu uma conferência à imprensa e demandou que parassem a contagem dos votos, ao mesmo tempo em que declarava que havia ganho o segundo mandato. Não cabe a ele declarar quem venceu a eleição, especialmente quando o povo votou de forma contrária. 

Em notícias mais recentes, Trump agora diz acionar as forças armadas nos estados em que ele perdeu para "repetir" as eleições presidenciais. Derrubar um presidente democraticamente escolhido é ilegal. Uma autoridade federal disse que Trump "passa o tempo falando com lunáticos da conspiração que abertamente dizem que declarar lei marcial não é grande empecilho". Lei Marcial é a imposição do controle militar nas funções normalmente civis ou a suspensão das leis civis por um governo. Esse procedimento é extremamente imaturo e embaraçoso para Donald Trump que simplesmente, e teimosamente, não consegue admitir a sua derrota com uma diferença de 7 milhões de votos. 

Não cabe ao povo julgar as acusações criminais e de evasão fiscal que sobressaem sobre Trump, ao contrário, vamos confiar no governo e no sistema de justiça e esperar que eles solucionem esses crimes. O mais importante agora é proteger o direito do povo de votar e de poder escolher a pessoa que irá ocupar o prestigiado cargo da presidência do país. Esperamos que Trump facilite uma transição pacífica do poder, como os presidentes do passado fizeram, pare de exigir a recontagem de votos e pare de falar que o resultado dessa eleição deve ser decidida pela Corte Suprema, quando esta claro que Trump perdeu, muitas vezes, essa eleição.

 

Catterina Diotto

Catterina Diotto

Estudante norte-americana de 13 anos, filha de brasileiros, e delegada das Nações Unidas.

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