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Modismo Ambiental: um bem necessário

Gustavo Brígido de Alvarenga Pedras e Antonio Caminhas Fasciani Júnior

Aquecimento Global, Protocolo de Kyoto, Desenvolvimento Sustentável. Nunca se falou tanto sobre meio ambiente. Vivemos hoje o que pode ser intitulado de "modismo ambiental". Num passado bem recente, os bens ambientais eram tratados como empecilhos ao desenvolvimento. Apesar de que para muitos, ainda o são. Quem não se lembra de algumas marcas cujo slogan continha o desenho de uma chaminé industrial lançando fumaça na atmosfera? Era esse o conceito de progresso trazido à época. Hoje em dia expressões que trazem consigo palavras como poluição, degradação, desmatamento, dentre outras, são demodês, estão fora de moda. Será que estamos evoluindo no que diz respeito às questões ambientais?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Atualizado em 28 de novembro de 2007 07:51


Modismo Ambiental: um bem necessário

Gustavo Brígido de Alvarenga Pedras*

Antonio Caminhas Fasciani Júnior**

Aquecimento Global, Protocolo de Kyoto, Desenvolvimento Sustentável. Nunca se falou tanto sobre meio ambiente. Vivemos hoje o que pode ser intitulado de "modismo ambiental". Num passado bem recente, os bens ambientais eram tratados como empecilhos ao desenvolvimento. Apesar de que para muitos, ainda o são. Quem não se lembra de algumas marcas cujo slogan continha o desenho de uma chaminé industrial lançando fumaça na atmosfera? Era esse o conceito de progresso trazido à época. Hoje em dia expressões que trazem consigo palavras como poluição, degradação, desmatamento, dentre outras, são demodês, estão fora de moda. Será que estamos evoluindo no que diz respeito às questões ambientais?

Ainda é cedo para se falar em efetiva consciência ecológica e sustentabilidade ambiental. Apesar de grande parte da sociedade não estar minimamente conscientizada nesse aspecto, já evoluímos bastante, pelo menos no campo teórico. Por outro lado, ainda circulam por aí muitos "bregas" do ponto de vista ecológico que ainda insistem em crer que desenvolvimento e meio ambiente não podem caminhar em perfeita consonância de valores.

Não há como negar: somos movidos pela economia, e justamente por isso, vantagens são oferecidas às empresas que se adequam às regras ambientais, visto que o custo de seu produto será majorado. Esse procedimento já é adotado no Brasil, mas infelizmente os consumidores ainda não adquiriram maturidade para dar preferência a um produto que respeite nosso ecossistema, identificado através de um selo verde. O contrário ocorre em países desenvolvidos, onde o consumidor tem plena consciência de tais atos, descartando as empresas tidas como vilãs ambientais.

Como seremos sede da Copa do Mundo em 2014, haverá uma boa oportunidade de divulgar a imagem de um país que, apesar dos obstáculos financeiros, adere aos tratados internacionais sobre o meio ambiente. Um dos mascotes da propaganda brasileira para sediar os jogos foi o respeito ao meio ambiente. O discurso do Presidente da FIFA ao nomear o Brasil como sede dos jogos foi fundamentado na preocupação demonstrada pelo governo em relação à Floresta Amazônica.

Quando se age na vanguarda em consonância com os valores ambientais haverá uma contrapartida, como a facilidade para obtenção de financiamentos e exportação de produtos, além da valoração da imagem internacional do país.

Posições radicais não convencem, sendo necessária uma gradativa adequação às atuais necessidades, para que se atenda à atual e à futura geração.

Ainda que o modismo seja considerado um fenômeno passageiro, esperemos que este evolua e perdure por gerações e gerações. E inegavelmente uma solução para que esta moda pegue, seria por em prática um clichê muito utilizado pelo Senador Cristovam Buarque: "Educação, educação, educação".

Como já dizia Fernando Pessoa:

"Ser ecologista não é apenas ser contra aquilo a que se chama de Progresso, não é apenas ser anti-qualquer coisa ou anti-tudo ou porque está na moda, não é apenas ser por certas manifestações com o seu quê de folclore; ser ecologista é sobretudo acreditar que a vida pode ser melhor se as mentalidades mudarem e tiverem em consideração os ensinamentos que a velha Terra e o ainda velho Universo não cessam de nos transmitir."

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*Advogado, Professor e Diretor do IAMG - Instituto dos Advogados de Minas Gerais

**Advogado Ambientalista. Pós-graduando em Direito Ambiental pelo CAD/Universidade Gama Filho/RJ







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