dr. Pintassilgo

Jacuí


Denominações anteriores : São Pedro de Alcântara do Jacuhy, São Carlos de Jacuí

Data da Fundação : 19 de julho de 1814

Na década de 1750, durante Ciclo do Ouro, o território de Jacuí era explorado pelos bandeirantes e viveu, por alguns anos, preso ao controle e à exploração clandestina, o que acabou permitindo a abertura das primeiras trilhas destinadas ao abastecimento de alimentos e ao escoamento do ouro no então povoado.

Em 24 de setembro de 1764 "São Pedro de Alcântara do Jacuhy" foi integrado à racionalidade administrativa burocrática e fiscal da Capitania de Minas Gerais, graças à presença do então governador Luiz Diogo da Silva, que nomeou uma guarnição militar para controlar as atividades de mineração. Comandados por funcionários da coroa portuguesa, os militares eram responsáveis, entre outras coisas, pela permuta do ouro em pó por barras cunhadas e pela cobrança do quinto.

O território de "São Pedro de Alcântara do Jacuhy" foi elevado à condição e status de "Vila de São Carlos de Jacuhy" por Alvará Régio de 19 de julho 1814, consolidando a sua emancipação política e administrativa. No ano seguinte, em decorrência de rivalidades políticas, a sede do município é transferida para São Sebastião do Paraíso. Em 1881, o município é restaurado como cidade-sede. Finalmente, em 1923, seu nome é reduzido para Jacuí..

Quando o ouro da região ficou escasso, conseqüência do grande extrativismo, a população se viu sem sustento. A saída para fugir da fome, foi estabelecer plantações, especialmente, de gêneros alimentícios. Mas, a aspereza dos caminhos e as dificuldades de escoamento da produção limitaram as atividades agrícolas, que acabaram restritas à produção para a subsistência ou, no máximo, para uma circulação regional.

Em 1880, a economia local obteve um novo fôlego graças ao cultivo do café "ouro negro", escoado em carros de bois ou sob o lombo das tropas para a estação de Mococa, para dali seguir até o Porto de Santos, seu destino final. Pela mesma rota, chegavam a Jacuí produtos de São Paulo e do Rio de Janeiro, que abasteciam o comércio local.

A região possui uma rica tradição folclórica, como as Folia de Reis, Congadas e, principalmente, os Caiapós, que representam uma tradicional festa, na qual a união das tradições religiosas da fuga da Sagrada Família para o Egito é apresentada por figurantes trajados com indumentárias indígenas, mas armados com espadas de guerreiros brancos.

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Origem do nome

Indígena. Iacu-i, significa rio dos Jacus, um tipo de ave muito encontrada na região. Ou ainda i-acui, que significa rio enxuto, temporário.

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Locais históricos

Ruínas Históricas

Localizada a aproximadamente dois quilômetros da cidade, em propriedade particular, as ruínas são vestígios da moradia implantada por policias, que controlavam as atividades da mineração e os caminhos que por ali passavam.

Existem ruínas de quatro grandes muralhas que convergem, no alto, para o conjunto principal de edifícios, incluindo três cômodos, uma área cercada, uma escada de acesso, duas áreas adjacente e uma mina, onde os barrancos eram desmanchados, lavando-se e bateando-se o cascalho à procura do ouro.

As ruínas foram descobertas no ano de 2003 e, desde então, pesquisas e estudos vem sendo realizados no local.

 

Árvore da Forca

A "Árvore da Forca" era o local de execuções das sentenças judiciais da Comarca de Jacuí, intitulado pelos moradores como "Cabeça de Julgado da Província de Minas Gerais".

Em histórias passadas de geração para geração, contam os moradores mais antigos, que naquela época, antes da sentença ser executado os guardas levavam os prisioneiros a um passeio pela cidade, lhe davam o que ele quisesse comer e beber, lhe ofereciam um tratamento digno de últimos suspiros e quando o prisioneiro se acostumava com a boa vida, o levavam para a forca.

A arvore já morreu e hoje um jardim com monumento de correntes foi construído, um quarteirão abaixo do fórum, para representá-la.

 

Casa da Cultura


 

Antigo fórum e cadeia pública, a atual "Casa da Cultura" é uma construção do século XVIII, restaurada e preservada nos mínimos detalhes, abriga hoje, exposições que mostram a história dos jacuienses e o variado artesanato da cidade.

 

 

Igreja Matriz de Jacuí

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Curiosidades

O fórum é sondando/rodeado por um misticismo, pois, foi edificado na região de um antigo cemitério. Na época da construção foram encontradas ossadas, gerando preocupação e medo nos funcionários do fórum.

Dizem as línguas jacuienses que na década de 90 um promotor que pela cidade passou, era muito medroso e preocupado com "espíritos e coisas do além". Um dia ele trabalhou até mais tarde, e como seu gabinete ficava no andar superior, ele teve que descer uma escadaria para ir embora e quando trancou o gabinete e olhou para escada viu dois olhos brilhantes. Sem saber o que fazer, medroso não sabia se ia, se ficava, se dormia no fórum, depois de muito escândalo resolveu pelo mais simples, ascendeu a luz e viu que aqueles olhos eram de uma grande coruja, que provavelmente entrou pela janela e ficou no corrimão da escada.

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