dr. Pintassilgo

Peruíbe

Data da Fundação: 18 de fevereiro de 1959.




Os primeiros documentos de Peruíbe datam de 1538, ligados à Capitania de São Vicente, quando Pero Corrêa declara possuir as terras de Peruíbe, compradas do Mestre Cosme – Bacharel de Cananéia.

Em 08 de abril de 1553 Pero Corrêa doa as terras à Companhia de Jesus para ali se construir um colégio de meninos órfãos conhecido como “Confraria do menino Jesus”.

Região de constantes conflitos em virtude do comércio de escravos imposto por Pero Corrêa, da hostilidade dos índios por não aceitarem o novo regime trazido pelos portugueses e das dificuldades geográficas, caracterizava-se o local como uma praça de guerra.

Com a chegada do Padre Leonardo Nunes, o Abarebebê, que em língua Tupi quer dizer: pai ou padre voador por estar em vários lugares ao mesmo tempo, foi iniciada a catequese dos silvícolas, reunindo-se no Tapirama, mais tarde denominada Aldeia de São João Batista de Peruíbe.

O rico e poderoso Pero Corrêa, que era judeu e homem truculento, diante das súplicas do Padre Leonardo Nunes, converteu-se ao Cristianismo nas praias do Guaraú, passando a se dedicar á causa religiosa como noviço na Confraria do Menino Jesus.

Em janeiro de 1554, chega à Capitania de São Vicente o noviço José de Anchieta. Neste ano, no mês de julho, falece Padre Leonardo Nunes num naufrágio. Pero Corrêa meses mais tarde foi assassinado em Superagui, ao sul de Cananéia, pelos índios Carijós.

A origem do nome Peruíbe, tem gerado muita controvérsia entre historiadores e pesquisadores. O que mais se aproxima do nome Peruíbe, que em linguagem Tupi quer dizer: "Baía das Águas Cristalinas ó nome do cacique Piriri Goa Ob Yg", indígena mais velho e respeitado do litoral.

A aldeia de São João Batista de Peruíbe atravessou séculos com pouca concentração de população e era ponto de pousada e passagem dos viajantes e jesuítas que percorriam o litoral de São Vicente à Iguape.

Sempre agregada a Itanháem como freguesia, como bairro ou mesmo como vila, o isolado povoado de pescadores, de índios e mestiços, inicia seu desenvolvimento com a chegada da estrada de ferro em 1914.

Outra fonte de progresso na década de 20, foi a implantação na região de fazendas de bananas que trouxeram grande contingente rural.

A atividade imobiliária e comercial tem início de forma incipiente e os primeiros empresários e comerciantes começam a se estabelecer no município.

Em dezembro de 1958 foi realizado um plebiscito pela autonomia político administrativa, no qual houve resultado positivo. Em 18 de fevereiro do ano seguinte, através da lei estadual nº 5285 cria-se o município de Peruíbe.

A cidade teve seu desenvolvimento acirrado com a construção da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, interligando os municípios da Baixada Santista e Vale do Ribeira.

Vale ressaltar os principais acontecimentos político administrativos do município, a partir da década de 70, que contribuíram com sua expansão turística e crescimento demográfico:

1974 - O município de Peruíbe é reconhecido como Estância Balneária.

1977 - A Serra do Itatins é tombada pelo conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo.

1980 - Criação das Estações Ecológicas Federais através do Decreto Federal nº 847771.

1984 - Criação da Área de Proteção Ambiental: Cananéia, Iguape e Peruíbe, através do Decreto Federal nº 90.347, compreendendo uma área de aproximadamente 202.832 hectares.

1986 - Criação da Estação Ecológica Estadual, através do Decreto Estadual nº 24.646.

1987 - Criação da Estação Ecológica da Juréia – Itatins, através da Lei nº 5649.

1990 - Promulgação da Lei Orgânica do Município de Peruíbe.

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  • Origem do nome

Em linguagem Tupi quer dizer: "Baía das Águas Cristalinas ó nome do cacique Piriri Goa Ob Yg", indígena mais velho e respeitado do litoral.

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  • Personagens

Mirabelli

Mirabelli era um homem comum, com imperfeições e qualidades. Era amado e respeitado por um imenso contingente de admiradores, mas era invejado e odiado por outros.

Desde a juventude, era muito vaidoso e elegante. Apesar de sua baixa estatura, era facilmente identificado entre aglomerações. Seus olhos azuis tinham um olhar hipnótico que fazia as pessoas se sentirem como se estivessem nuas.

Falava de modo estranho e incorreto, misturando um pouco de português, com italiano e espanhol. Mas sua modesta educação não o impediu de ganhar dinheiro como comerciante. Viajou à Europa, aos EUA e à África. Muitos dos seus negócios resultaram em fracasso, mas os empreendimentos exitosos asseguraram uma vida confortável. Foi representante de muitas companhias farmacêuticas.

Morou em São Vicente, Santos, São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói. Em todos esses lugares promoveu sessões de experiências científico-espiritualistas e atividades filantrópicas.

Mirabelli teve quatro casamentos. Do primeiro, com a sra. Carmem Guerreiro, teve dois filhos, Diva Cristina Mirabelli e Luiz Mirabelli . Do segundo, com a sra. Edméa de Paiva Magalhães, não teve filhos. Do terceiro, com a sra. Maria do Carmo Pinto Pacca, nasceu Regene Pacca Mirabelli e do último, com a profª. Amélia Loureiro, veio à vida César Augusto Mirabelli.

Não era fácil ter um convívio diário com o médium. Sua constante psicodinâmica tornava seu temperamento instável e o ambiente estava sempre sujeito a assustadores incidentes paranormais que também o pegavam como alvo. Sua fama e seus compromissos o afastavam constantemente da família.

Mirabelli tinha diabete. Apreciava a natureza e gostava de fumar charutos e cachimbos.

O médium foi preso várias vezes acusado de exercício ilegal da medicina, furto e também por perseguições políticas, mas mesmo na cadeia fascinava as pessoas com seus incríveis fenômenos e com sua generosidade. Era muito eloqüente e comunicativo.

Os espíritas não gostavam de Mirabelli, principalmente porque em certa fase de sua vida cobrou por seus serviços mediúnicos. O fato dele produzir fenômenos à plena luz também constrangia os demais médiuns de efeitos físicos (materializações, levitações e etc.), habituados a trabalhar na escuridão "para não dissolver o ectoplasma". Mirabelli doou muito dinheiro aos pobres e carentes.

Por muitos anos, o médium só conseguia dormir em quartos iluminados. Temia a ocorrência de fenômenos desagradáveis enquanto dormia.

Amigo pessoal do historiador Sr. Washington Luís Pereira de Sousa (1870 - 1957), ex-Presidente do Brasil (1926 à 1930), Mirabelli, um devotado Republicano, encontrou refugio em Peruíbe/SP, durante a Revolução de 1930, mas foi preso.

O médium sempre foi cercado por personalidades influentes. Muitas delas deram seus nomes as mais importantes ruas, avenidas, escolas públicas e fundações do país.

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  • Locais históricos

Colônia Veneza




Abriga a 1ª Capela de Mosaicos do Brasil elaborada pelo artista plástico Roberto Corradini, que transmite todo seu talento através dos mosaicos e esculturas em troncos de árvores, além das maravilhosas obras a Colônia possuí área de lazer e convenções aonde são realizadas exposições itinerantes.

Museu Histórico e Arqueológico





Primeiro museu do município. Nas vitrines amarelas pode-se perceber a ocupação do homem na região da Juréia, cronologicamente, desde os sambaquis, passando pela cultura indígena (urna funerária) até a colonização (objetos de ferro).





Estação de ferro de Peruíbe




A estação de Peruíbe foi inaugurada em 1914, tendo sido outra das estações originais da Southern São Paulo. A quilometragem original era 84,922. Na época pertencente a Itanhaém, Peruíbe acabou por se tornar município em 1959.

O prédio está abandonado e descaracterizado, principalmente na sua entrada principal. Em 1948, o prédio passou por uma ampla reforma. Está localizado próximo ao centro de Peruíbe, na rua Riachuelo, em frente à rua 24 de Dezembro.



Histórico da Linha
: O ramal foi construído pelos ingleses da Southern São Paulo Railway, entre 1913 e 1915, partindo de Santos e atingindo Juquiá. Em novembro de 1927, o Governo do Estado comprou a linha e a entregou à Sorocabana, já estatal, no mês seguinte.

O trecho entre Santos e Samaritá foi incorporado à Mairinque-Santos, que estava em início de construção no trecho da serra do Mar, e o restante foi transformado no ramal de Juquiá. A partir daí, novas estações foram construídas, e em 1981, o ramal foi prolongado pela Fepasa, já dona da linha desde 1971, até Cajati, para atender as fábricas de fertilizantes da região.

O transporte de passageiros entre Santos e Juquiá foi suspenso em 1997, depois de 84 anos. A linha seguiu ativa para trens de carga que passavam quase diariamente, transportando enxofre do porto para Cajati, até o início de 2003, quando barreiras caíram sobre a linha na região do Ribeira. O transporte foi suspenso e a concessionária Ferroban desativou a linha, que o mato cobriu rapidamente.


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  • Curiosidades

Ruínas do Abarebebê






Principal ponto turístico, histórico e cultural que retrata a participação do município no período colonial.









Praça Mons. Lino de Passos (Praça da Igreja Matriz)



Lá está o relógio de sol, coreto, estátua do Padroeiro São João Batista , busto do emancipador e primeiro prefeito Geraldo Russomano e a Colônia dos Pescadores.



Terra da Eterna Juventude



Em virtude de seu excelente clima, Peruíbe foi conhecida por muito tempo como a "Terra da Eterna Juventude". Como não poderia deixar de ser, seus 32 km de litoral são o maior atrativo em razão da existência de belas praias com os menores índices de poluição do litoral paulista.

Dentre elas destacam-se as praias do Centro; do Canto ou Costão situada na margem direita do rio Preto com sua famosa ducha natural; Desertinha ou do Índio localizada entre o Costão e a Prainha, esta também conhecida como Península com acesso pela estrada do Guaraú; da Barata encrustrada entre as pedras do costão do Guaraú; praia do Guaraú no bairro do mesmo nome e local onde o traficante de índios Pero Côrrea instalou-se há quase 500 anos; Guarauzinho localizada na margem direita do rio Guaraú com seus trinta-réis, biguás, mergulhões e gaivotas é o início da Estação Ecológica; Baleia entre as encostas do Guarauzinho e Arpoador e que leva esse nome em razão do mar ter arremessado uma enorme baleia em suas pedras há quase um século conforme contam os mais antigos; Arpoador (não confundir com o bairro do mesmo nome na zona urbana) também está dentro da Estação; Parnapuã que ainda tem algumas famílias de caiçaras residindo no local; Brava que conforme o nome diz é excelente para a prática do surf; Juquiazinho onde num riacho são vistos bandos de garças brancas e vermelhas; Preta com cerca de 50 metros de extensão; Caramborê já próxima ao Una com duas corredeiras e finalmente a praia do Una com uma vila de pescadores caiçaras junto ao rio Una do Prelado ou rio Comprido que marca a divisa de Peruíbe com Iguape.

Juréia-Itatins

O complexo ecológico Juréia-Itatins, com cerca de 80 mil hectares - é a quarta maior área de conservação do Estado de São Paulo - está localizada nos municípios de Peruíbe, Itariri, Miracatu e Iguape. Mas somente através de Peruíbe é possível se chegar por terra a este verdadeiro paraíso natural.

Ali, estão abrigados diversos animais ameaçados de extinção como o macaco-prego, o monocarvoeiro, a onça pintada, a anta, a jacutinga, a jaguatirica e o tucano de bico preto, constituindo-se num rico patrimônio genético a ser conservado.

A história da presença humana na Juréia remonta à pré-história conforme atestam diversos sambaquis e ali também se encontra o primeiro caminho aberto em território brasileiro que ligava São Vicente à Cananéia, conhecido como Correio do Imperador, mais tarde denominado Caminho do Telégrafo, da qual ainda restam inúmeros postes enferrujados da primeira linha telegráfica do país, construída no segundo império

Na Estação Ecológica estão o Núcleo Itinguçu (18 km do centro de Peruíbe) onde fica localizada a Cachoeira do Paraíso com diversas quedas d'água e piscinas naturais e a Vila Barra do Una (25 km do centro) com serviços de acampamento particulares e alimentação.

 









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