dr. Pintassilgo

São Bernardo do Campo

Denominações anteriores: Borda do Campo, Santo André da Borda do Campo, São Bernardo, Santo André.

Fundadores: João Ramalho e a índia Bartira.

Após a descoberta do Brasil, numerosas foram as expedições que chegaram à nova terra, procedentes de Portugal e da Espanha.

Em uma delas veio João Ramalho, que se estabeleceu nas proximidades de Piratininga, à margem direita do Ribeirão Guapituva, fazendo surgir um povoado na localidade denominada Borda do Campo, onde vivia a tribo de Tibiriçá, o grande cacique Guaianás.

Quando, em 1532, Martim Afonso de Souza iniciou a colonização da Capitania de São Vicente, João Ramalho, acompanhado de mamelucos, foi encontra-lo no litoral. Fundada São Vicente, Martim Afonso transpôs a serra instado por João Ramalho para que fosse elevado à vila o povoado de Borda do Campo.

Em 1549, a pedido do Padre Leonardo Nunes, precursor do Catecismo na nova povoação, foi ereta uma capela e aí rezada a primeira missa. Em 1552 foi o povoado elevado à vila e , no dia 8 de abril de 1552, foi oficialmente proclamada a criação da vila de Santo André da Borda do Campo, que foi governada por João Ramalho, como Alcaide-Mor.

Por sua posição geográfica situada entre São Paulo e as matas da Serra do Mar, na região atravessada pelo caminho primitivo dos índios o qual atingia o ponto mais favorável para transpor a serra e chegar ao litoral , a vila de Santo André da Borda do Campo teve papel importante no desenvolvimento do território paulista.

Todavia, em conseqüência das rivalidades entre os padres jesuítas, fundadores de Piratininga, e João Ramalho, fundador de Santo André da Borda do Campo em 1560 deliberou Mem de Sá, então Governador Geral do Brasil, extinguir o povoado ramalhense, transferindo seus moradores para os Campos de Piratininga, junto ao Pátio do Colégio, onde é levantado o pelourinho adreense. Em São Paulo de Piratininga se prolonga e se projeta a vida social, econômica e administrativa da vila desaparecida. Centralizam-se no altiplano os colonizadores, com João Ramalho à frente, eleito primeiro Capitão-Mor da Vila de São Paulo de Piratininga.

Durante muitos anos, permaneceu Santo André da Borda do Campo no mais completo abandono, embora continuasse servindo de caminho para o mar.

Só na primeira metade do século XVII foram organizadas, naquela região, fazendas em que se cultivavam o feijão, a mandioca e o arroz.

Em 1631, os beneditinos receberam uma porção de terra que constituiu a fazenda São Caetano, situada no ponto onde é hoje o município de São Caetano do Sul.

Em 1728, foi concedida a Antônio Pinheiro da Costa a sesmaria denominada São Bernardo. Com o correr do tempo os moradores se foram disseminando pelo território. Em 1735, animado pelo desenvolvimento daquela região e devido, sobretudo, ao plano de construção do novo caminho do mar, que desde Santo Amaro viria ter a São Bernardo, o paulista Antônio Pires Santiago edificou uma pequena capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, onde os viajantes a caminho do litoral faziam suas paradas para render homenagem à Virgem, que por isso passou a chamar-se da Boa Viagem.

Ao redor da capela foram aos poucos se concentrando numerosos habitantes e, em 1º de dezembro de 1805, atendendo ao pedido do Capitão-General Antônio José da França e Horta, o Bispo Diocesano D. Matheus de Abreu Pereira deu curato à capela.

Em 23 de setembro de 1812, o Marquês de Alegrete elevou a localidade de São Bernardo à freguesia. Em virtude da afluência de estrangeiros, sobretudo de imigrantes italianos, o Governo da Província criou, em 1817, dois núcleos agrícolas nas localidades de São Bernardo e São Caetano.

O crescimento da população e o desenvolvimento das atividades econômicas levaram o Governo Provincial a criar o município de São Bernardo, com sede na vila do mesmo nome, pela Lei n°. 38, de 12 de março de 1889, verificando-se sua instalação em 2 de maio do ano seguinte. A sede municipal obteve foros de cidade por força da Lei nº. 1.038, de 19 de dezembro de 1906.

Com a passagem da Estrada de Ferro São Paulo Railway (hoje Estrada de Ferro Santos – Jundiaí), a uma distância de cerca de 8 km de São Bernardo, foram construídas diversas paradas de trens, nas quais se desenvolveram povoados dependentes de São Bernardo. Dentre estes foram elevados a Distrito de Paz: Ribeirão Pires (Lei nº. 401, de 22/6/1896); Paranapiacaba (Lei nº. 1.222-A, de 14/11/1910); São Caetano (Lei nº. 1512, de 4/11/1916) e Mauá (Decreto nº. 6780, de 18/10/1934).

Em 30 de novembro de 1938, pelo Decreto nº. 9775, a sede municipal foi transferida para o Distrito de Santo André, em virtude de estarem aí instaladas as repartições públicas, bem como as maiores indústrias do município, além da grande densidade da população. O município passou a denominar-se Santo André, ficando São Bernardo reduzido à condição de Distrito de Paz.

Em 1944, de acordo com a nova divisão territorial e administrativa estabelecida pelo Decreto-lei nº. 14.334, de 30 de novembro, o Distrito de São Bernardo foi elevado a município, sob a denominação de São Bernardo do Campo, constituído de um único Distrito de Paz, o do mesmo nome.

Ao novo município foram incorporados os Distritos de Paz de Diadema e Riacho Grande, pela Lei nº. 233, de 24 de dezembro de 1948.

O município de São Bernardo do Campo foi designado sede de comarca (6ª Zona Eleitoral), pela Lei nº. 2436, de 30/11/1953.

Possui Delegacia de Polícia de 3ª classe, pertencente à 1ª Divisão Policial, Região de São Paulo.

Em 3/10/1955, contava o município com 12.465 eleitores;sua Câmara Municipal era composta de 15 vereadores.

A denominação local dos habitantes é “são-bernardenses”.
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  • Origem do nome

Devido à existência de uma fazenda de propriedade dos monges beneditinhos com o nome de São Bernardo.
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  • Personagens

Gustavo Prugner

Nascido em São Bernardo do Campo no dia 5 de julho de 1884, Prugner faleceu em São Paulo em 4 de dezembro de 1931. Começou a trabalhar como fotógrafo aos 12 anos e depois freqüentou cursos no Foto-Cine Clube Bandeirante.

Gustavo Prugner produziu uma série incrível de fotografias e cartões postais sobre a Revolução de 1924, festejou o seu aniversário naquele ano clicando o a movimentação dos soldados e os estragos dos tiros de canhão.

Zeca São Bernardo

Nascido em São Bernardo do Campo, cidade da qual adotou parte do nome para compor seu pseudônimo mais conhecido, escreve há quase quatro anos e deste breve período tem vinte e três participações em antologias distintas, por diferentes casas editoriais e pelo país afora. Destaque para os contos "O preço" e "A desculpa" que receberam menção honrosa em sua categoria e integram, respectivamente, as antologias do VII e VIII Prêmio Missões, para o poema "Parnaíba" que integra a antologia 4º Prêmio Internacional de Poesia Celito Medeiros, para a crônica "A faca", classificada entre as vinte crônicas selecionadas no 16º Festival de Contos, Crônicas e Poesia de Imperatriz (MA). Integra o Clube de Escritores Piracicaba e o Centro de Poesia e Arte Jovem de Campinas, ambos no Estado de São Paulo, é sócio correspondente da Academia Cachoeirense de Letras (ES).

Denílson

Denílson de Oliveira nasceu em 24/08/1977, na cidade de São Bernardo do Campo. Com apenas 17 anos ele despontou no São Paulo FC na conquista do título da Copa Conmebol. Sua estréia com a camisa do Brasil foi em um amistoso contra Camarões em 1996. No ano seguinte, Denílson participou da campanha da Seleção na conquista da Copa América, na Bolívia. Foi campeão paulista em 1998 pelo São Paulo FC e foi convocado pelo técnico Zagallo para servir a Seleção na Copa do Mundo disputada na França, naquele ano.

Na mesma época, teve seu passe vendido ao Real Betis, da Espanha, por US$ 26 milhões, um valor recorde na época. No seu primeiro ano na Espanha, foi muito cobrado pela torcida e teve dificuldades de adaptação. O Betis foi rebaixado para a segunda divisão em 2000 e Denílson foi emprestado ao Flamengo. Voltou à Espanha em 2001 e, aos poucos, foi recuperando seu prestígio na Europa.
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  • Locais Históricos

Capela Nossa Senhora da Boa Viagem e Igreja Matriz

Construída em 1735, era um pequeno oratório em nicho à margem direita da estrada, passagem obrigatória dos viajantes de São Paulo para Santo. Em 1736, Salvador Pires Santiago, que se ordenava padre, obteve autorização do bispado de São Paulo para mudá-la com a finalidade de permitir a freqüência dos fiéis em melhores acomodações do que a estrada, e foi autorizada sob a condição da construção de uma nova que fosse separada das casas e que não fosse pau-a-pique. Foi, então, edificada a nova Capela e de alvenaria, originando a atual Capela de Nossa Senhora da Conceição, que recebeu também a denominação "Da Boa Viagem" porque os passantes nela oravam para pedir bênçãos à viagem que faziam.

Em 1814, o padre José Basílio Rodrigues após a elevação da Vila de São Bernardo à categoria de "Freguesia" (Distrito), que se dera em 1812 obteve autorização para edificar uma Matriz que melhor servisse à população de São Bernardo que ainda era obrigado a dirigir-se ao templo da fazenda, em local distante. A nova Matriz foi projetada Engenheiro e Tenente Cel. Daniel Muller.

Pouso de Paranapiacaba ou Casa de Pedra

Foi construída em 1922, com um projeto do arquiteto Victor Dubugras. É uma edificação em pedras amolda-se no terreno acidentado parecendo mimetizar-se ao cenário e a atmosfera da serra. Essa feição pitoresca é enfatizada pelos acabamentos caprichosos em que não faltam altas chaminés e jogos de luz e sombras. Era o ponto de parada de carros durante a viagem pelo Caminho do Mar, homenageia a era automobilística. Paranapiacaba, palavra de origem indígena, significa "local de onde se vê o mar". Freqüentemente é confundido com uma suposta "casa da marquesa de Santos", que nunca conheceu esta casa pois morreu em 1867.
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  • Curiosidades

Caminho do Mar

É o conjunto de obras de autoria do arquiteto Vitor Dubugras, situadas ao longo do chamado "Caminho do Mar", na Serra do Mar, compreendendo os edifícios Rancho da Maioridade, e Pouso de Paranapiacaba e, também, as obras chamadas de "Calçada de Lorena" e "Cruzeiros Quinhentista", com ainda a pavimentação de concreto entre o Pouso Paranapiacaba e o Pontilhão da raiz da Serra, os remanescentes de construção existentes pouco abaixo de Paranapiacaba, distante desta, aproximadamente 300 metros.





Praça dos Meninos

A praça foi construída em 1975 homenageando a Colônia Japonesa. Totalmente em estilo oriental, desde os mínimos detalhes, tais como: pontes, luminárias, coretos, espelhos d'água e vegetação, a praça se constitui num recanto para lazer e descanso, um verdadeiro oásis.






Cidade da Criança

Possui mais de uma centena de brinquedos espalhados pelos jardins e avenidas arborizadas da mini-cidade e é dividida em três zonas:

Na primeira e maior zona, ficam a Casa Maluca, carrosséis, lagos e cisnes, pistas de choques e de MotoCross, mini-submarino, restaurante, enfermaria, jardim japonês, estação de trenzinho que percorre o parque, o pequeno mundo encantado (com bonecos representando os países), réplica de uma cidade do interior paulista.

Na segunda zona fica a chamada região interplanetária com carrosséis de mini-jatos e balão inflado.

Na última a região Amazônica, com miniaturas do Rio Amazonas e da Transamazônica, oca indígena, animais da Fauna Amazônica.

Praça Lauro Gomes


É localizada exatamente no marco zero do município. Local agradável e arborizado, onde são executadas muitas atividades de lazer para a população.



Parque Estoril ou Parque Ecológico "Chico Mendes"

Construído em um terreno localizado na região do Estoril pertencente à Light Company, empresa de eletrecidade. O parque foi inaugurado em 1° de maio de 1955 com uma grande festa, uma verdadeira concentração popular.

Nas administrações seguintes, o parque ganhou muitos melhoramentos. Foi construída a igrejinha do local a Capela de "São Bartolomeo", novos sanitários e vestiários, nova sede da administração, quiosques, ruas internas, instalação de brinquedos e teleférico.

O Parque une a beleza da Mata Atlântica aos encantos da Represa Billings. É considerado o Parque mais completo da Região do Grande ABC. Uma área verde, segura e bem cuidada, O parque oferece pedalinhos, esportes náuticos, áreas de pesca, teleférico, turismo ecológico, zoológico, com animais de espécie em extinção, gastronomia, onde é possível encontrar diversos restaurantes e bares com deliciosos petiscos e pratos de peixe, além de possuir também uma prainha.

Zoológico do Parque Municipal Estoril

O Zôo de São Bernardo do Campo foi inaugurado em 05 de outubro de 1985 e além da visitação tem objetivos como o estudo e a reprodução de animais selvagens e educação ambiental. Hoje conta com mais de 64 espécies de répteis, aves e mamíferos, todos pertencentes à fauna brasileira.

Além disso, o Zôo possui museu para visitas monitoradas, biblioteca para uso interno, ambulatório e cozinha. São 300 animais e entre eles espécies raras e em risco de extinção, que no Parque Estoril vêm sendo reproduzidos em cativeiro, dentre as quais se destaca o Lobo Guará, o Papagaio de Peito Roxo, a Jaguatirica e o Cachorro vinagre.

Além do trabalho com os animais o parque realiza palestras e passeios que ensinam a preservar a Mata Atlântica.

Hino

"Salve São Bernardo

Pedaço do meu Brasil,

Retomas o teu velho posto

Impávido e varonil.

Salve São Bernardo

do Campo e do nosso lar,

Que vê o raiar da aurora

Dos Contrafortes da Serra do Mar

Ó povo de São Bernardo

Salve a tua liberdade

A nossa bela Vila

Volta outra vez a ser Cidade

Alerta ó gente nossa

Tua canção vem entoar,

Cantando a grande vitória

Que nossa terra acaba de alcançar

Custou mais veio

A justa reparação,

Nosso trabalho

Não foi em vão

Custou mas veio

A justa reparação

Por isso é que no peito

Bate mais forte o nosso coração"

Letra - Wallace Cockrane Simonsen
Música - João Silvério da Silva (João Gomes)

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