Treineiros

2/3/2005
Roberto Couto de Almeida – estudante de Direito da PUC/SP – uma Universidade que ainda não é considerada "caça-níquel"

"Como estudante de direito que sou, confesso que fico realmente muito decepcionado com a energia gasta pelos meus (futuros) colegas acerca da possibilidade ou não dos estudantes de Direito prestarem a prova da OAB como meros “treineiros”. Antônio Cândido Dinamarco, com todo o seu conhecimento, foi muito feliz ao questionar “por que se perde tanto tempo e papel com treineiros no Exame da Ordem” e, mais adiante, questionando a possível inversão de valores que teria tomado conta da nossa sociedade como um todo. É mais que sabido que, nos últimos anos, por conta de uma suposta política de “inclusão social”, foram abertos inúmeros cursos de direito pelo país afora sem a menor condição de funcionamento. E, nesta esteira, a prova da OAB funcionaria como uma espécie de “peneira”, “separando o joio do trigo”, por assim dizer. Contudo, faz-se mister trazer a baila que, a despeito dos inúmeros estudantes e bacharéis de direito que não possuem o menor preparo e conhecimento para um dia virem a se tornar um operador do direito de fato, creio que ainda existam bons estudantes e bons bacharéis de direito, provenientes de faculdades que não são consideradas “caça-níqueis”, que gostariam de prestar a prova da OAB em sua modalidade “treino” já que, sabemos, tal prova, nos últimos anos, não tem se pautado pela coerência e objetividade pura e simples e, desta forma, por vezes, o simples conhecimento técnico não é garantidor do sucesso no referido exame, sendo necessário, deste modo, um certo “traquejo” por parte do bacharel. Assim sendo, na minha humilde opinião, acredito que seja interessante para o aluno de Direito ter um contato prévio com tal exame através da modalidade “treino”. Deste modo, gostaria de fazer uma solicitação aos doutos operadores do direito e “migalheiros” em geral: deixem os “treineiros” em paz!!! Obrigado."

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