Treineiros

4/3/2005
Eduardo Sanches Munhoz da Silva - Recolast Impermeabilizações Ltda

"Muito tem se falado aqui sobre a questão dos “treineiros”, cada qual defendendo seu ponto de vista onde, ao meu ver, alguns pegaram pesado demais como, por exemplo, a comparação feita pelo nobre colega Dr. Alexandre Thiollier: “lembro que Fugimori, Hittler, Nixon e tantos outros, também foram eleitos pelo voto direito, à exceção do norte-americano, embora este também em sufrágio democrático. A história conta para cada um deles o resultado trágico de tais eleições. Acabaram todos afastados de seus cargos, de um jeito ou de outro, exatamente porque desrespeitaram o limite estabelecido para o exercício do poder para o qual foram escolhidos”. Será que é mesmo necessário chegarmos a tão acalorado discurso? Onde é que está o dever de urbanidade previsto no capítulo VI do Código de Ética? Ao meu ver algumas pessoas estão levando essa polêmica para o campo pessoal, onde um fica alfinetando o outro e, creio eu, que o objetivo do nosso presidente Dr. Luiz Flávio Borges D'Urso - Presidente da OAB/SP está sendo distorcido ao extremo. Eu não conheço pessoalmente o nosso presidente nem tampouco tenho procuração para falar por ele, mas quero crer que a decisão de abrir essa oportunidade para os chamados “treineiros” teve como único objetivo o de ajudar os acadêmicos que, como vários outros colegas citaram, saem despreparados das universidades. É a forma mais eficaz de ajudar? É claro que não! Entretanto não vamos transformar esse tema num cavalo de Tróia, nem vamos nos transformar em Judas ou soldados romanos e mandar o Dr. Flávio para a Cruz. De todos os comentários que li, o que mais me chamou a atenção foi o da nobre colega Drª Maria Carolina Ferreira C. da Silva: “Pretende a OAB que aumente o índice de aprovados no exame com uma "tecnização" no ato de resolver uma prova? A dificuldade da prova está no fato de pautar-se em matérias "manualescas", sem o menor aprofundamento e sem que haja qualquer relevância, como o fato de obrigar um estudante, a saber, exatamente as palavras de um artigo legal. É uma bobagem, já que a Lei muda e nem por isso o advogado deixa de ser apto a operar o Direito [...] Pré-estabelecer qual a peça que deveria o aluno redigir, quais os enfoques que deveria dar, por exemplo, é contribuir para a manutenção das coisas como estão. E o Direito, por ser quântico, não se presta a isso." Resumindo os fatos, o que eu acho é que ao invés de ficarmos dando alfinetadas, vamos usar um pouco mais da nossa inteligência emocional e tentar dar sugestões criativas e não transformar o assunto em um debate sem resultados positivos."

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