Protesto

11/3/2005
Maurício dos Santos Pereira

"Parabéns aos bacharéis que tiveram a iniciativa de manifestarem-se abertamente contra a postura da OAB/SP, a presidente da Comissão de Ordem e seus examinadores, mas... Mister ressaltar que: Não está mitigada, pela aludida facilidade, a dor dos outros bacharéis que optaram por outra disciplina; pois experimentam da mesma forma, o rancor dos examinadores comparando-se à angustia e injustiça aludida no protesto em comento. O que se nota claro, é que não há a simples aferição de capacidade profissional dos aspirantes advogados, existe sim um corporativismo mostro, capaz de formular questões e executar correções das provas de ordem com a notória finalidade, barrar os bacharéis de Direito para mostrar a força da atual presidência. Eu já fiz 3 (três) exames, e sempre reprovo no 2ª fase, não por deficiência de conhecimento nem por qualquer erro formal, mas sim porque o examinador, diz: *raciocínio jurídico fraco, mas o aluno acerta a peça; o endereçamento, o fundamento legal e jurisprudencial. Se o raciocínio é fraco, não chegaria a conclusão correta. Que correção é essa? No último exame, a Examinadora, teve a capacidade de qualificar a item adequação da peça, pasmem, "fraca". Ora, ou a peça é correta ou incorreta; adequada ou inadequada, o que será que ela entende como adequação da peça, que tipo de adequação de peça é fraca, será que ela discorda do gabarito, que tipo de examinador é esse? Nos últimos exames, vi a correção de várias provas, existem examinadores que qualificam a correção gramatical como fraca e até ruim, sem que haja nenhum erro de ortografia ou concordância. Será que eles estão tão errados que se acham certos? Por isso e por muito mais poderia se escrever um livro contra a posição da OAB/SP e seu exame de Ordem. Pactuo com o Protesto dos colegas e digo mais, porque é que não temos acesso às provas dos bacharéis que passam no exame de 2ª fase. Não há falar em sigilo, pois mesmo que o próprio bacharel que obteve êxito no exame solicitar sua prova, ele não a terá... Isso poderia trazer precedentes para o ajuizamento de M.S., e esses exames seriam utilizados como provas cabais incontestáveis? Como examinar o aluno, se a premissa de correção é a subjetividade do examinador, que por muitas vezes conhece menos do que o bacharel. Não há no meio dos advogados quantidade expressiva de membros portadores da carteira de ordem, com capacidade de aprovação nos exames apresentados aos bacharéis, podemos até falar na releitura das questões do exame de ordem, pois em todos os exames pelo menos duas ou três questões são anuladas, e olha que são elaboradas por comissões de advogados. Imaginem... Nunca fiz e nunca farei um cursinho para passar no exame de ordem, sei que o que aprendi na faculdade é mais que o suficiente para tanto, mas isso só se tornará realidade, quando a razoabilidade for a premissa de tratamento, entre aqueles que elaboram os exames e os bacharéis que em cinco anos só aprenderam a teoria didática, logo, sem experiência prático-profissional. Como exigir tanto... Todos nós, Bacharéis em Direito, tínhamos que nos unir, somos um número expressivo de graduados, somos formadores de opinião, deveríamos lutar mais por nós, não simplesmente quedar-se por medo da perseguição certa... A Injustiça é tudo aquilo que não aprendemos, lutemos pois, contra ela..."

Envie sua Migalha