Greve

4/5/2010
Cibele Aparecida Fialho

"Cheguei ao fórum às 18h10 e só consegui efetivar os protocolos às 19h27, o que, geralmente, é concluído em 10 ou 15 minutos em dias de grande movimento (vésperas ou pós feriados). Encaminhei as poucas imagens que registrei e não foram confiscadas pelos seguranças do fórum, à imprensa. Venho mostrar minha indignação e como todos os usuários do judiciário paulista foram recepcionados no fim desta segunda-feira 3/5/10. 'Mais uma greve do Judiciário Paulista Imensurável a falta de respeito dos servidores do Judiciário Paulista para com os advogados nesta noite. Os cartórios do Fórum João Mendes, embora em greve, mantém o atendimento precário de sempre. No entanto, o serviço de protocolo geral teve seu funcionamento praticamente paralisado, caótico, causando imenso desgaste, prejuízo e irritação aos advogados e estagiários que se utilizam deste setor diariamente. O saguão principal do fórum foi transformado numa gigantesca 'sala de espera', concentrando centenas de pessoas em filas direcionadas ao atendimento do setor de protocolo. Inconformados com tal situação, diversas pessoas que ali se encontravam, começaram a registrar aquela situação humilhante à qual todos que ali se encontravam estavam passando. Para surpresa dos presentes os seguranças do TJ/SP, sob a alegação de que uma Portaria do próprio Tribunal, proibia o registro de imagens internas sem prévia autorização, passaram a impedir que os registros fossem feitos e, praticamente, confiscaram aparelhos celulares e máquinas fotográficas dos advogados que fotografavam e filmavam a situação vexatória pela qual estavam passando. É certo que o Estado existe para servir a sociedade. Os servidores públicos são empregados do povo, e não empregados de si mesmos. Quem vai para a área pública já sabe que vai ganhar mal. Outrossim, é sabido que o direito à greve consiste em garantia constitucional, mas o acesso da população à Justiça também merece respaldo, pois trata-se de efetivação de cidadania. A paralisação das atividades forenses, além de obstar esse direito, afeta a atuação de milhares de advogados. Antes que essa greve se prolongue como àquela ocorrida em 2004, necessária a intervenção da OAB/SP na mediação do processo de negociação para que tal este ocorra normalmente, sem prejuízo ao cidadão e à advocacia.' (não sei se é o caso, mas me veio essa questão em mente) Coincidência ou não, estamos às vésperas de mais uma eleição. Assim como as últimas greves do Judiciário ocorreram em anos eleitorais, há como imaginar algum tipo de interesse político ao se fazer uma greve que, em apenas 6 dias, teve tamanha abrangência, repercussão e, mais precisamente hoje, falta de respeito com a advocacia."

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