Circus

21/5/2010
André Graeff Riczaneck

"Mestre Adauto, uma vez, há bastante tempo, estava bem longe de casa, lá junto dela, aquela que o fado descreve como 'Menina da luz que meus olhos viam tão pura. Teus seios são as colinas. Varinas, pregão que me traz à porta a ternura, Lisboa, menina e moça e, amada, cidade mulher da minha vida!' (Circus 181 - 14/5/10 - "Carpinteiros e Marceneiros" - clique aqui). Até ali, mestre, nunca precisara trabalhar a sério, pois meu pai sempre me auxiliara. Mas a distância de casa e a situação do momento me fizeram perceber 'aquilo': precisava trabalhar para valer o que eu comia. Para isso, graças a Deus, encontrei a porta aberta de uma marcenaria lá no Poço do Bispo. Entrei como amigo e, mais do que o abrigo de uma casa a proteger o meu corpo, encontrei-me com a noção de ter em minhas mãos o rico poder de saber usar ferramentas tais como a plaina que se mostra em seu ambiente. De volta à Pátria Amada, dediquei-me a desenvolver esta habilidade, mas não deixei de lado uma certa inquietação com esta sincronicidade, já referida, e por isso concluí o curso de Direito. É por onde tenho a abençoada oportunidade de avaliar o quanto este marceneiro consegue pensar como jurista e, sincronicamente, anotar que o jurista consegue manter o lume da ferramenta tosca a clarear os caminhos do pensamento e do raciocínio justo e equitativo. Como poderia dizer Cleanto Farina Weidlich: 'Marceneiro formado em Direito não é Marceneiro, é 'Seu' Marceneiro!' Obrigado, Mestre Adauto, pela lição em tela!"

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