Migalaw English

18/6/2010
Antonio F. C. Conde

"Prezados senhores, sem a intenção de ferir suscetibilidades, tenho a relatar uma experiência específica em relação à dúvida levantada de modo sensato pela leitora Helmara F. R. de Moraes e muito bem explicada pela Luciana Carvalho, aliás como sempre  (Migalhas 2.406 - 14/6/10 - "Migalaw" - clique aqui). Há alguns anos (1970), na 'cerimônia' de assinatura de um contrato financeiro exaustivamente negociado em várias viagens, envolvendo dez empresas multinacionais (três brasileiras) e um banco inglês, cada uma delas enviando pelo menos quatro pessoas a Londres por alguns dias para essa reunião de assinatura, mais dois escritórios locais e o próprio banco (imaginem o custo dessa reunião!), surgiu uma questão do uso da expressão 'best efforts', que constava do contrato e que duas das empresas não aceitavam por ser extremamente forte. Talvez a Luciana Carvalho possa depois elaborar sobre essa expressão. Criado o impasse e face ao risco de não haver a assinatura do contrato e se adiar o suporte financeiro de um projeto que era orçado em US$400 milhões na época, os advogados se reuniram e começaram a buscar soluções. Inspirado não sei por quem, naquele momento o advogado tupiniquim, que era eu, sugeriu a substituição dessa expressão por 'reanonable efforts'. Ousadia talvez decorrente do meu pouco conhecimento da língua inglesa! Para minha surpresa, a expressão foi aceita por todos, até pelo banco que viu nela uma garantia suficiente de parte do tomador! O contrato foi assinado, o financiamento concedido e o projeto hoje é uma realidade. Acho que um trabalho comparativo das duas expressões num contrato seguramente enriquecerá a cultura dos leitores. Cordialmente,"

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