Circus

25/6/2010
Elcio Aparecido Vicente

"Sr. editor, excelente a coluna 'Circus' de hoje, do sr. Adauto (Migalhas 2.415 - 25/6/10 - "Circus" - clique aqui). Ouso acrescer que, dias desses, tais repórteres que nunca jogaram futebol e lá estão, um deles, após o goleiro 'encaixar a bola', como se dizia (hoje é coisa rara), e devolvê-la chutando, gritou em alto e bom senso: 'bate o tiro de meta o goleiro'. Não entendi. No meu tempo, tiro de meta se dava quando a bola saia pela 'linha de fundo' (nem mais isso fala) e o zagueiro ou o próprio goleiro, com ela no chão (é bom que se diga), a colocava, novamente, em jogo. Com relação a bola, o sr. Adauto é mais do que feliz na exposição. Com a bola de 'capotão', não era qualquer um que tinha um 'tirambaço'. Lembro-me de Romeiro, o Pepe e, certamente, mais uns dois outro três, e só. Hoje, não. Qualquer pé de chinelo 'tem um foguete' nos pés, solta um 'pombo sem asa'. Coitado do goleiro, às vezes chamado de frangueiro, como bem relata o artigo. Queria ver com a 'nossa' bola, tão bem descrita pelo excelente colunista. Também, ouso relatar, nem sei se o artigo seria para isso: no nosso tempo não havia 'pipoqueiro'. Aquele jogador que 'tirava o pé na hora de uma dividida', expressão usada, que no fundo o impingia de 'covarde'. O jogador, assim chamado, era uma vergonha. Caia em desgraça por um bom tempo. Hoje não. No último jogo do Brasil, um dos nossos, ameaçou uma disputa e tirou o pezinho da bola. Os comentaristas de plantão sequer tocaram no assunto ou fizeram que não 'viram'. Está certo que o jogo estava bastante violento a ponto de quase arrebentarem o Elano. No 'nosso tempo', aquilo não ficava barato. Os demais jogadores partiriam para cima do agressor e tirariam satisfação. Além disso, na era Pelé, na próxima 'dividida' aquele agressor sairia carregado de maca da peleja. Outros tempos com futebol que dava gosto e os comentaristas esportivos não elogiavam jogadores para agradar uns e outros, principalmente os patrocinadores. Desculpe-me o sr. Adauto por tais considerações. Abraço,”

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