Artigo - Mulheres são minoria não só nas chefias das empresas, mas também na política

30/7/2010
Maria Amélia C. Soares

"Dra. Sylvia, creio que se poderia lançar mais matérias sobre o assunto. Reputo preocupante o atual problema da grande maioria da mulheres no Brasil e no mundo (Migalhas 2.439 - 29/7/10 - "Discrepância" - clique aqui). As mulheres ainda não conseguiram ter acesso ao poder econômico, administrá-lo. No Brasil, até que houve um certo avanço, (donas do lar) exercendo diversas atividades profissionais, as com condições fazem filantropia, etc. Mulheres com alta capacidade, exercendo trabalhos antigamente masculino, e uma boa parte com nível universitário, doutorado e assim vai. O atual Presidente se preocupou com a situação de muitas mulheres, criou a Secretaria ou Ministério para defesa delas e há grande estímulo também da imprensa. Ocorre que elas não se manifestam, não usam a oportunidade para lutar pelos seus direitos e até em defesa das outras mulheres vítimas de violência, espancadas e, por fim, muitas assassinadas. Aliás, é o que se escuta do Datena todos os dias na TV, que estão matando e muito as mulheres brasileiras. Uma vergonha e uma tendência para banalidade, e ninguém se manifesta. Penso que a situação vai ficar pior se continuar assim, com essa apatia, essa indiferença por parte das mulheres. Nas ruas, vejo que estão desgastadas, sofridas, cansadas com o acúmulo de papéis (profissionais, mães, esposas, donas de casa, filhas, irmãs, enfermeiras, assistentes sociais da família, do sistema, etc.). Além do mais o trânsito e a violência, acho que tudo isso está alterando seus hormônios. Estão tristes e solitárias, como se ninguém as compreendessem e, no final, se qualquer manifestação isolada de basta, logo dizem é problema da TPM, se tem mais idade é que já está velha. No final, ela assumiu todos os papéis e, de certa forma, libertou o homem de muitas responsabilidades, mas continua aprisionada. Suas vontades estão limitadas, seja pela falta de tempo, pelo poder econômico, violência urbana ou a forma de relacionamento familiar, marital, maternal e outros. Nunca vi tanta idiotice, a mulher está mais submetida do que antes. E nem se pode falar só de mulher com vida ilibada, temos que tentar salvar todas, porque as que estão com a vida irregular ainda fruto do sistema machista, e também o difícil acesso ao trabalho digno por deficiência da educação, preparo e autoestima. As mulheres nasceram para ser alegres, criativas, educadas e livres. Exceto as mulheres da mídia, (mundo do Amaury Jr., Caras, Tititi, etc.), as profissionais do dia a dia como médicas, enfermeiras, advogadas, promotoras de Justiça, delegadas, domésticas, e tantas outras profissões estão deixando suas vaidades, quanto mais alto o cargo mais são cobradas, estão mais à prova e um detalhe : não é só pelo lado profissional, também pela sua feminilidade. No entanto, elas não podem se intimidar, tem que fazer a mudança e a mudança só se dará quando elas se unirem para mudar esse quadro ; forçar a participação no poder econômico e das decisões do mundo, poder esse atualmente decadente. Afinal, já existem até mulheres militares. Imagina, ainda hoje, se uma mulher não quiser mais um relacionamento, corre o risco de ser morta, onde estamos ? Por fim, as mulheres estão mais perplexas do que livres, não estão felizes, e alguma coisa precisa ser feita, é responsabilidade também delas melhorar esse mundo. E mais, devem ser bastante inteligentes e perspicazes, porque muitos lutam para separá-las, tornando-as inimigas, assim mais fácil de dominá-las. Temos exemplos os casos de ciúmes de alguns homens, da mãe, da amiga, do lazer e até do trabalho da mulher. Não se deve ter os homens como inimigos, e sim como parceiros nas decisões do poder."

Envie sua Migalha