Espólio 19/4/2005 Flávio Rodrigues Godinho - Advogado em Goiânia/ Professor Universitário/ 1º Tesoureiro do IGT "Caro Editor, os frutos dos arroubos juvenis em geral caem no irreversível esquecimento. Mas não é que os últimos episódios envolvendo o passamento do Papa resgataram-me estes versos, revoltos no baú!? Pois antes que para lá retornem, coloco-os à disposição dos leitores de Migalhas. ESPÓLIO Extenuado, O asno do arado Expira Nem bem suspira Derradeiro sussuro Labuteiro burro Rente À carne crua inda morna Entorna Tanto ente Vem de toda beira Urubu abutre e varejeira E até lamuriosa hiena Diretamente de Viena Juntas às mãos à missa Pedem pela pobre alma Da carniça Mas como lhes coçam as palmas! Lágrimas, garras, assédio O couro cede Roem-se os ossos Deitam fora os destroços Vencida a contenda Vão-se embora contentes sorridentes Cada qual com invejável prenda Fede e assunto: Não, não vem o mau cheiro do defunto. Fétida cobiça Quão inveja da carniça..." Envie sua Migalha