Arte

21/9/2010
Maurício Nanartonis

"Medieval e ridícula a tentativa de censura ao artista e ao nosso direito de refletir e de expressar nossa opinião sobre sua obra (Migalhas 2.474 - 20/9/10 - "Arte - I" - clique aqui). Uma mácula foi produzida na gloriosa história da OAB, pois jamais se imaginaria que partisse dela, logo dela, tão arbitrária posição. Equivocada a nota pública também pelo aspecto técnico, pois o incitamento ao crime pressupõe o dolo como elemento subjetivo, inexistindo modalidade culposa, e pelo teor da obra, me parece que a intenção do Sr. Gil Vicente não era essa. Assim, resta questionar quem teria dado à OAB a legitimidade para agir em nome dos seus filiados nesse debate. Se os seus estatutos a autorizam a agir em defesa de tão questionavel bandeira. Se constou na plataforma eleitoral da atual presidência que a entidade se transformaria em órgão censor de manifestações artísticas. Aqueles julgam a liberdade de expressão como princípio não absoluto colocam em risco a democracia e a nossa segurança ao exercer a cidadania. Lembro que nossos atos são limitados única e exclusivamente pelas disposições das leis e não a tacanhos, pré-históricos e hipócritas julgamentos de valor, de natureza pessoal, visando claramente a bajular os detentores do poder."

 

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