Arte

24/9/2010
Claudia Corrêa

"Desculpem-me, mas com relação ao tema, vejo um certo exagero nas manifestações apresentadas contra a arte de Gil Vicente quando há fatos ocorridos diariamente de muito mais 'periculosidade' (Migalhas 2.474 - 20/9/10 - "Arte - I" - clique aqui). Não estou dizendo que gostei da arte. Não gostei. Contudo, acho que há acontecimentos diários muito piores circulando por aí com total liberdade. Como, por exemplo, a quantidade de 'pornografia' (cenas eróticas em novelas, filmes, publicidades, horário político, etc., etc., etc...) que desfila pela mídia afora. É simplesmente nojento, repugnante. E o que é feito com relação a isso ? Nada, caríssimos, absolutamente nada. Infelizmente o vazio ainda impera na sociedade e, pior, na mente, na alma humana. Muito blá, blá, blá, muito barulho para pouca ação. Enfim, é a vida. Aproveitando o ensejo... quanto à arte contemporânea, não sou a pessoa certa para falar a respeito, porque não consigo abstrair o suficiente para entender as chamadas 'instalações'. Gosto muito de pinturas, esculturas e de algumas experimentações que se fazem em nome da arte, mas experimentalismo demais me parece um embuste. Volto a dizer, não sou entendida no assunto, é opinião de uma leiga absoluta. Já vi muito coisa sem sentido (ao menos pra mim). Projeções de vídeos caseiros totalmente nonsense, vidros encostados na parede, salas vazias com sons obscuros saindo de alto falantes, salas escuras com efeitos de luzes… Entendo que a intenção é provocar os sentidos, mas a única coisa que isso desperta em mim é minha ignorância. Sei que não precisamos entender tudo o que vemos, que a lógica não é uma aliada da arte, que o que importa é o sentimento despertado, mas tudo tem um limite. Uma cadeira de pernas pro ar jogada no meio de uma sala, por exemplo, pode ser uma obra de arte e pode ser apenas uma cadeira de pernas pro ar, vai depender da interpretação do artista, interpretação essa que costuma estar exposta em pequenos avisos nas paredes, em que consta o nome do autor da engenhoca, o material empregado e o que eles quis dizer com aquilo. Sem a explicação, fica-se boiando. Eu fico, ao menos."

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