Juridiquês

26/4/2005
José Fernandes da Silva

"Nestes tempos em que se discute a forma de escrever de juízes e advogados, criando-se um execrável neologismo como "juridiquês" (Deus me perdoe!), um dos melhores juízes que atuam num dos Foros Regionais de São Paulo, assim redigiu um despacho numa execução em curso: "Alvitre o interessado qual o bem anela ver constrito". Considerei esse despacho inusitado, mas também perfeitamente cabível e claro. Creio que veio como "resposta" a uma petição que enviei para um outro processo em tramitação na mesma Vara, em que, para ressaltar a má fé com que o ex-adverso se pronuncia, citei a expressão "loquacidade abusiva" e "rabularia jurídica". Claro se trata, pelo menos a meu ver, de pérola jurídica no melhor sentido. Pessoalmente, entendo descabida e falsa a polêmica que se estabelece sobre a forma que nós, operadores do direito, nos expressamos. Quem não entender, acho eu, que procure um dicionário ou que pergunte a quem tem melhor cultura lingüística, para entender e, de sobra, para aprender... Um abraço aos colegas migalheiros."

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