Armas

7/6/2005
Wilson Silveira - escritório Newton Silveira, Wilson Silveira e Associados - Advogados e CRUZEIRO/NEWMARC Propriedade Intelectual

"Em relação aos esforços do Prof. Adilson Abreu Dallari, concordo integralmente com seu posicionamento acerca da pretendida proibição de venda de armas no país. Esforços, disse eu, em convencer o público de que não tem direito a autoridade em decidir o que devem ou não fazer os cidadãos, como se todos tivéssemos de ser tutelados por um governo paternalista. Qualquer um de nós que já teve seu carro quebrado em uma estrada, ou que já acordou durante a noite com ruídos em sua casa, sabe que não é normal que os cidadãos tenham a obrigação de se manter desarmados enquanto o poder público não cumpre sua mais comezinha obrigação de garantir a segurança. Em um país no qual os condenados não cumprem suas penas, em que rebeliões acontecem todos os dias em presídios cheios de armas e celulares em mãos dos criminosos, a demonstrar a mais absoluta incompetência das autoridades, parece risível que a única coisa que conseguiram inventar foi desarmar os cidadãos de bem, de modo que fiquem indefesos nas mãos dos malfeitores. É possível imaginar, já nos dias de hoje, o que pensam os delinqüentes, quando sabem que podem, à vontade, assaltar e matar, já que em nenhuma hipótese encontrarão resistência. Quando de fato forem proibidas as armas, sua venda e seu porte, então haverá uma única certeza, a de que o cidadão, na rua ou em seu lar, está à mercê de delinqüentes de todo o gênero, que agem livremente, dada a incompetência do Estado. Ou será que alguém imagina que os criminosos compram suas armas em lojas, ou que necessitem, ou façam questão, de terem porte legal para as armas que carregam? Em um país em que a corrupção corre solta, em que não há presídios para lá manter os condenados, em que se deixa de condenar por falta de lugar, em que somente um ínfimo percentual de crimes é esclarecido e que os criminosos têm a mais absoluta certeza da impunidade, não seria o caso de cuidar das causas, e não do efeito? Do jeito que vão as coisas, que tal uma lei que proíba a contratação de segurança particular ou a blindagem de veículos?"

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