Migalhas

24/6/2005
Adauto Suannes

"Deu no Migalhas 1.194 (23/6/05): "Dona Dalila e o acadêmico Junior (Migalhas 1.193) almejam outros tons, pertinentes, apartidários, 'des-alinhados' por assim dizer - o que alguns imaginaram poderia blindar a classe, eternizar-nos como vestais, um projeto de poder sem a responsabilidade do envolvimento." Oswaldo Pepe."

 

"Ao longo de minha vida já passei várias vezes por essa situação, que muito me constrange: minha mulher, Maria Helena Fonseca de Souza Rolim, professora doutora em Direito Internacional pela USP, atualmente prestando serviços a organizações internacionais, pois o Brasil é muito pequeno para sua capacidade, é chamada em toda parte de "dona", enquanto eu, mero detentor de um bacharelado, sou chamado de "doutor", coisa que nunca fui. Doutor, disse eu em parecer no Tribunal de Ética da OAB, só os que concluem o doutorado. Entretanto, fui voto vencido e no Brasil todos os advogados são tratados por "doutor", mesmo os mais despreparados, maculando, com isso, algo muito sério, como é o curso de doutorado. O seu Goffredo foi meu professor, o seu Reale foi meu professor, dona Ester foi minha professora, dona Ada é minha eterna professora. Como eles reagiriam se eu os chamasse assim? Ninguém razoavelmente culto pode desconhecer que o "dona" contém um sentido pejorativo: dona de casa. Ou seja, mulher cuja opinião não deve ir além da pia e do fogão. Lamentável que um espaço que se diz democrático tenha esse tipo de restrição a quem ouse contrariá-los. Profundamente decepcionado, seu"

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