Crise no governo

1/7/2005
Wilson Silveira - escritório Newton Silveira, Wilson Silveira e Associados - Advogados e CRUZEIRO/NEWMARC Propriedade Intelectual

"Saiu a Ata da reunião da Comissão de Ética Pública do governo federal que, dentre outras "sugestões", pede "excesso de zelo" do ministro da cultura, Gilberto Gil, para que seu ministério assegure exame prévio pela assessoria de controle interno do mesmo, em situações capazes de configurar conflito entre interesses públicos e privados. Longo eufemismo para dizer que é essencial que o Ministro distinga entre o que é seu e o que não é. A comissão de ética foi mais longe, solicitando ao ministro para que pare e faça com que seus parentes também parem, ou seja, que se abstenham de pedir incentivos ao governo e que ele, o ministro, cesse de divulgar convites que recebe para fazer shows. E, considerando que Gil está Ministro, a mesma comissão recomenda que "desempenhe suas atividades artísticas apenas em caráter extraordinário, em horários compatíveis com o exercício da função pública." Será que era preciso tudo isso? Não deveria o ministro, como dizem os jovens "se tocar". E, já que ele deve estar "se tocando", tenho eu, também, uma sugestão, no sentido de que ele pare, por completo, essas ridículas apresentações não solicitadas, absolutamente constrangedoras. Refiro-me, especificamente, a cerimônias oficiais no Brasil e/ou no exterior, na presença de dignatários estrangeiros, no curso das quais nosso Ministro se extravasa cantando, tocando violão e, pior ainda, sambando e chacoalhando as cadeiras. Eu posso imaginar que ele tem o samba no pé e o ritmo no sangue. Mas é essencial que consiga se conter. Ele fica tão "tomado" que sequer percebe os sorrisos amarelos e expressões constrangidas dos presentes, à vista da violação do cerimonial. Mas, as palmas acabam saindo porque a isso se vêem obrigadas as pessoas, inadvertidamente colocadas nessa situação absurda."

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