Desagravo migalheiro

18/7/2005
Antonio Denis Rocha

"Senhores migalheiros, não sou advogado. Não entendo de leis. No entanto, diante dos textos abaixo, coloco a minha "cachola" pra funcionar e me pergunto: não existe um tal de conflito de interesses? Peço que examinem a tese a seguir e se dignem esclarecer este leitor. Se o Sr. Marcos Valério cometeu crime contra a economia do Estado de Minas Gerais (sonegação fiscal), o Sr. Marcelo Leonardo - que recebe salário pago pelo Erário Mineiro - não estaria impedido de defende-lo? Não estaria, o Sr. Marcelo Leonardo, advogando contra interesse de seu empregador? Os textos abaixo estão passando a impressão de um "espírito de corpo" pernicioso aos interesses da coletividade."

(Migalhas 1.206 - 11/7/05 - Inferência) O jornal Folha de S. Paulo e sua UOL vêm hoje com uma maliciosa manchete: "Mensalão" Valério terá advogado ligado ao Legislativo". Avançando na leitura da matéria, constata-se que o advogado do publicitário Marcos Valério, dr. Marcelo Leonardo, é também procurador, concursado desde 1973, da Assembléia de MG. E daí (?), perguntam os doutos migalheiros. "E daí" mesmo. Mas não é o que quer passar o jornal, fazendo a ardilosa referência. E causa espécie tal artimanha pois no momento pululam (isso não é um trocadilho) notícias para encher os jornais. É o "achar que descobriu" um furo que faz com que o jornalista perca tempo (e tome o do leitor) com essas. O furo vira barrigada. E fica aqui o desagravo migalheiro ao dr. Marcelo Leonardo, ex-presidente da OAB/MG.

 

(Migalhas 1.209 - 14/7/05 - Desagravo migalheiro) "Essa maluquice de se confundir a figura do advogado com a do seu cliente nós a devemos ao marketing depredatório da imagem dos advogados que passou a existir com essa enxurrada de faculdades, formadoras de bacharéis-vítimas, e infelizmente a falta de preocupação da OAB em defender na plenitude o exercício da advocacia, sem interesses demagógicos ou de política de classe. Associo-me, portanto ao desagravo do advogado Marcelo Leonardo (Migalhas 1.206) e já faço uma profecia: preparem-se migalheiros amigos para outros desagravos porque todos os advogados que forem defender a turma do mensalão do lulão ou das patifarias das estatais serão acusados de fazerem parte das supostas quadrilhas. Por falar em mensalão, sugiro que uma dessas CPIs ou CPMIs em andamento procurem indícios de fraude no sorteio milionário da última mega sena acumulada e também vasculhem a existência de eventual mensalão jornalístico. Ufa! Deu PT, perda total!" Alexandre Thiollier - escritório Thiollier Advogados

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