Delação premiada

10/10/2014
Cleanto Farina Weidlich

"Sobre o depoimento do Sr. Costa, em delação premida, não sei se o fato de me encontrar perto dos 60 anos, e de andar meio atropelado pelo excesso de serviço, em meu escritório aqui do interior do mundo, mas vou arriscar, então o delator só pode verberar o nome dos envolvidos, se esse não tiver foro privilegiado, assim, quando no entendimento do delator - que se julga ser leigo, pelo menos nesses assuntos de competência jurisdicional, sobre cujo tema muitos juristas de escol vacilam - tem que substituir por: 'agente político', trocando em miúdos, ou em graúdos, pois, fiquei empacado sobre essa notícia. Primeiro, as autoridades oferecem o negócio de comutação de diminuição de pena prisional, por delação premiada, pois, se entende que com o desiderato alcançado, se estará efetuando uma conquista para o Estado de Direito, uma vez que, outras pessoas envolvidas nas fraudes e desvios de dinheiro público poderão ser descobertas. Depois, quando é para apurar a verdade, os nomes não podem ser ditos, quando se tratarem de 'agentes políticos', que pela lei, que esses mesmos votaram - se olhando no espelho, como se tivessem usurpado poderes dos outorgantes na urnas - os mesmos, possuem foro privilegiado, e, apesar de tão ladrões quanto qualquer outro, e com o gravame de pertencerem à elite da sociedade, e integrarem a aristocracia desse país, seus nomes como possíveis envolvidos nas falcatruas, sob advertência judicial, não podem ser revelados. Para encerrar com delicadeza e sem perder a boa educação, vou citar um retalho de uma canção famosa, na verdade pura poesia, pois, só a eles os poetas pertencem todas as verdades do mundo, 'vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer', de Geraldo Vandré, e não por coincidência, foi censurada na época do regime militar, ou seja, quando os outros bandidos - por golpe de Estado - estavam no Poder.

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores 

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)

Essa linda música foi proibida na época da ditadura, pois os jovens daquela época viviam de uma forma que não se podia dizer o que pensavam sobre os governantes! Hoje somos livres para expressar nossa indignação sobre toda sujeira do plenário de nosso país!"

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