Harmonia

17/11/2014
Pedro Luís de Campos Vergueiro

"Li e reli 'Harmonia entre os Poderes' de autoria do dr. Michel Temer (PMDB), vice-presidente da República. Como explícito no título do artigo, a tônica do texto é a harmonia entre os Poderes da Nação, de acordo com o texto constitucional vigente. Sim, isso lá consta realmente; mas, é certo que harmonia combina muito bem com coerência. Aliás, quando se cogita de uma pensa-se na outra e vice-versa. Mas, isso não afasta a necessária existência de obrigatória harmonia, e coerência, do pensamento político individual e partidário. Daí, então, ao ilustre vice-presidente cabe formular uma indagação a propósito da reeleição por uma única vez, conforme instituída pela emenda constitucional 16, de 1997. Se o PT, segundo consta, votou contra a reeleição, por que, política e socialmente falando, esse partido e suas personalidades exponenciais não assumiram a mesma postura da rejeição à reeleição depois de conquistado e exercido o primeiro mandato na presidência da República (e na vice-presidência)? Por que dois mandatos sucessivos? Onde está a coerência subjacente da harmonia na admissão convenientemente silenciosa da reeleição? O que levou a essa falta de harmonia de pensamento, de uma ideologia coerente quanto a essa mudança de orientação política?"

Envie sua Migalha