Lava Jato

15/1/2016
Marco Antonio Busto de Souza

"Esta estratégia, agora utilizada contra réus integrantes das mais altas camadas da sociedade, não é nova no Brasil (Migalhas 3.780 - 15/1/16 - "Desabafo" - clique aqui). Vem sendo utilizada há vários anos contra os menos privilegiados. Decretos de prisões preventivas genéricos e fundados em meras especulações ou com base na 'gravidade do ilícito' são corriqueiros, já tendo levado ao cárcere milhões (sim, milhões) de pessoas, muitas delas inocentes ou contra quem, ao final do processo, não se conseguiu formar um juízo condenatório. Isto sem contar o escárnio à dignidade dos indiciados ou acusados, exibidos na mídia, especialmente na TV, nas mais constrangedoras situações imagináveis. A partir daí, a honra e reputação desses acusados está definitivamente destruída na comunidade em que vivem, mesmo que, no processo, a sua inocência seja comprovada de forma extreme de dúvida. Não se vê, porém, tão altos dignatários levantar suas vozes contra esse 'monstro' que assombra a nossa sociedade a longo tempo... Pelo que se está observando, como sempre, a revolta e indignação da 'sociedade' somente é despertada quando o abuso atinge os mais altos escalões. Por certo, a utilização desses artifícios, pelos órgãos de controle, e especialmente pelo Poder Judiciário, deve ser combatida duramente. Porém, não devemos esquecer que os acusados nos processo da Lava Jato (pelo menos a maioria deles) foram efetivamente autores de crimes gravíssimos, causando prejuízos bilionários aos cofres públicos, levando a nossa maior empresa pública a enfrentar uma crise sem precedentes, e ajudando a aprofundar a recessão no país, com consequências obviamente desastrosas para toda a população. Será que a exposição dos envolvidos é realmente injustificada?"

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