Caso JBS

2/7/2017
José Renato Almeida

"Na origem, Rodrigo Rocha Loures e Michel Temer planejaram um encontro secreto com Joesley Batista, nos porões do Palácio do Jaburu. Loures disse que iria também, mas na última hora, ligou para Joesley e disse que não iria junto, pois estava em um jantar. Loures deu as coordenadas de como passar na portaria sem se identificar. 'Não me perguntaram nem o nome', disse Joesley. 'Ótimo!', aprovou Temer. 'Melhor horário entre 22 e 24 horas', acerta Joesley. 'E sem imprensa!', comemora Temer. A PF pode perguntar aos porteiros como isso foi engendrado. Quantos desses encontros ocorreram do mesmo jeito? Joesley tinha pedidos a fazer e Temer dispôs-se a ouvir, gentilmente, o visitante! O jogo jogado é o de costume. Temer não quer entrar em detalhes e indica seu homem de toda confiança, Rocha Loures, para resolver tudo sobre o pedido. 'Tudo mesmo?', pergunta Joesley. 'Tudo', confirma Temer. Após esse encontro, Joesley chega a Loures com uma proposta de R$ 500 mil, por semana, durante 20 anos, pela redução do preço do gás da Petrobras. Loures diz que vai consultar Temer. E logo recebeu a primeira semanada! Já consideravam como favas contadas a redução do preço pelo CADE. Dizer que não há provas de que Temer recebeu propina, é desespero de advogados pegos de calças curtas. Fica límpido de que a propina era para Temer e Loures. Se Loures quisesse negociar a propina para ele mesmo, por que envolveria Temer? Os criminosos de colarinho branco usam de inúmeros artifícios para não serem pegos. E quando o são fazem de tudo para desqualificar as provas e os investigadores, afirmando com cinismo que a acusação 'é uma ficção'! Nesse caso, há provas concretas de crime de corrupção, para acusar o presidente Temer e seu cúmplice da mais estrita confiança. O resto, acompanhamos apreensivos."

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