Eleições 2006

26/7/2006
Alexandre de Macedo Marques

"Parece-me que a campanha do prezado Geraldo sofre de miopia mercadológica. A eleição vai ser definida por uma massa informe de mais ou menos 80 milhões de brasileiros, analfabetos, semi-analfabetos, analfabetos funcionais, independente do nível escolar: primeiro grau, ensino médio. Ou egressos dos botequins universitários, de onde saíram com grau mas tão subdesenvolvidos, culturalmente, como entraram. Geralmente essa massa tem renda baixa, a maioria usufruindo do engodo da caridade do 'Lulinha pão, amor e fantasia', mortos de medo que a profecia petista se confirme 'vão acabar com a Bolsa Família'. É um público alvo específico, com percepções de realidade e necessidades não atingidas pelo discurso do Geraldo. Os marqueteiros do PSDB, se são bons marqueteiros, têm que segmentar o mercado de votos, ver suas aspirações e necessidades. E dirigir-se a esse público com discurso específico. Real, verdadeiro, factível, que desmonte a contra informação petista e seus aliados do PC do B, ridiculamente representados pelo Aldo Rebelo. Isto é  dramaticamente verdade no Nordeste e na realidade nordestina onde se encontre. O discurso anticorrupção e eficiência administrativa, seriedade e modus in rebus com a coisa pública, funciona para uma cultura e nível socioeconômico do sul/sudeste e parte do Centro Oeste. No Nordeste e periferia nordestina das grandes cidades, zero. Extremamente preocupante é a penetração do 'discurso' mula sem cabeça, da HH, no Sul do país. Significa que a racionalidade do Geraldo é inconsistente para uma parte do eleitorado que, em princípio, devia estar ferreamente fechado com seu perfil político-administrativo. Daqui a pouco vira moda para os 'mudernos', os intelectuais fake, o pessoal do arco-íris e simpatizantes que acham bonitinho perfilarem-se com coisas exóticas. E mais dificuldades para a candidatura do Geraldo onde ele devia liderar absoluto. Portanto, um alô aos marqueteiros do Geraldo. Usem as boas técnicas de marketing para afinar a estratégia."

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