Artigo - Escritórios de vanguarda e a inovação disruptiva

19/7/2018
Adriano Bolsanello

"Quando a disrupção e a vanguarda digital chegarão aos tribunais brasileiros (Migalhas 4.400 - 18/7/18 - "Inovação disruptiva" - clique aqui)? Muito se fala no presente em vanguardas digitais e inovações disruptivas no meio jurídico, e não é a toa que nos últimos meses (não se pode cogitar falar em anos nesse meio digital) houve uma explosão das chamadas 'LawTecs' que, através de alta tecnologia de informação e cognição de dados, prometem alavancar a produtividade do advogado com o mantra de que 'o advogado terá mais tempo para propor soluções de excelência técnica aos seus clientes'. Fóruns, palestras e workshops 'bombam' nas redes sociais, atraindo um grande número de escritórios e operadores do Direito, dispostos a investir uma quantia considerável, a fim de se inteirar sobre os novos rumos que a tecnologia jurídica trará aos seus escritórios e às suas carreiras, como se num passe de mágica, ao apertar alguns botões na tela de seu aparelho celular, toda uma burocracia sistêmica vai acabar e seus clientes terão, num prazo razoável, a resposta do Estado às suas demandas. A intenção aqui está longe de tecer críticas às inovações disruptivas no mundo jurídico, que de fato são necessárias e vem pra facilitar e ficar definitivamente na vida dos advogados. Porém, quem é do meio sabe que tal inovação tem que chegar ao Poder Judiciário e ter uma capilaridade que atenda boa parte do nosso país continente. Uma disrupção tecnológica e pragmática, capaz de minimizar a burocracia e mitigar a demora na resposta jurisdicional, e porque não, uma disrupção na educação focada na jurisdição consensual para minimizar a preleção litigante do brasileiro, não obstante, para atender o maior 'cliente' do Judiciário e consumidor da engrenagem, que é o próprio Estado. Porém, tal assunto já é motivo de muitas dissertações de mestrado e doutorado e não pode ser tratado em algumas linhas. Que o envolvimento da tecnologia causará uma reorganização e transformará o mundo jurídico nos escritórios de advocacia de qualquer porte, não resta dúvidas, em alguns casos já é uma realidade. O desafio maior é esse envolvimento e reorganização romperem com as estruturas arcaicas e burocráticas do sistema Judiciário, criando assim não somente uma disrupção sistêmica-evolutiva, mais uma sinergia capaz de promover uma Justiça sobretudo célere, independente e moderna. Afinal, uma frase que sempre será disruptiva de um homem disruptivo, Rui Barbosa: 'A Justiça atrasada não é Justiça; senão injustiça qualificada e manifesta'."

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