Porandubas políticas

25/10/2018
Andre Simon

"A respeito do manifesto do candidato Bolsonaro sobre a Folha, cabe revelar o que disse Eleonora de Lucena, comandante da Folha de São Paulo sobre o candidato - e por tabela, aos seus eleitores: 'É ditadura, é tortura, é eliminação física de qualquer oposição, é entrega do país, é domínio estrangeiro, é reino do grande capital, é esmagamento do povo. É censura, é fim de direitos, é licença para sair matando. As palavras são ditas de forma crua, sem tergiversação – com brutalidade, com boçalidade, com uma agressividade do tempo das cavernas (Porandubas políticas - 24/10/18 - clique aqui). Não há um mísero traço de civilidade. É tacape, é esgoto, é fuzil. Para o candidato-nojo, é preciso extinguir qualquer legado do iluminismo, da Revolução Francesa, da abolição da escravatura, da Constituição de 1988. Envolta em ódios e mentiras, a eleição encontra o país à beira do abismo. Estratégico para o poder dos Estados Unidos, o Brasil está sendo golpeado. As primeiras evidências apareceram com a descoberta do pré-sal e a espionagem escancarada dos EUA. Veio a Quarta Frota, 2013. O impeachment, o processo contra Lula e sua prisão são fases do mesmo processo demolidor das instituições nacionais'. Diante disto, acho válido que o candidato se manifeste com o  destempero demonstrado. Tal repulsa manifestada no jornal mais lido me parece ter peso ainda maior que o manifesto do candidato, pelo desrespeito demonstrado através da linguagem e dos adjetivos, direcionados também aos 50 milhões de pessoas que votaram nele no primeiro turno. No mínimo, alguém com tal posição no jornal mais lido deveria ter a polidez e o entendimento que não está falando ao candidato apenas, mas também aos seus leitores. Aliás, por tal viés ideológico e falta de espaço para pensamentos diferentes, acabo de cancelar minha assinatura na Folha e no Uol, após mais de 20 anos. A Folha já vinha perdendo espaço para o contraditório e me parece que chegou ao limite e não instiga mais o pensamento - simplesmente descarrega suas ideias como se fossem verdades. Uma pena."

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