Artigo - Luiz Gama, homenagem por ocasião dos 124 anos de sua morte

24/8/2006
Maximilian Schnitzlein

"Maldita Herança Maldita! Com o debate entre os candidatos a receber a "procuração social" por parte do povo brasileiro, que mais uma vez cederá parte de seus direitos em prol da ordem (!) e boa convivência (!) social, não deixa de ser curiosa a leitura das letras que ilustram a abertura de hoje deste estelar informativo. Ao contrário do que normalmente acontece, ao lê-las nesta data, ao invés de sorrir, me preocupei. Me preocupei pelo seu conteúdo, mas, em especial pela data em que foi escrito o poema, no 'distante 1870', como inferimos da migalha 'Barrabás' (Migalhas nº 1.483clique aqui)! 136 anos se passaram, e as discussões político-sociais continuam, com maior ou menor grau de intensidade (sendo que, nesta eleição, está em seu grau máximo), fincadas na distorção das regras para alguns privilegiados, na omissão daqueles que têm o dever de evitá-la, na tolerância da sociedade em geral com tal permissividade! Para utilizar uma expressão corrente entre nossos políticos (!), esta sim é a verdadeira 'Herança Maldita': a herança de anos e anos de conluios escusos para a manutenção de um status quo cujo único objetivo é aproveitar-se das riquezas que o país produz, sem qualquer intenção de fazê-las chegar àqueles não pertencentes à "casta", e o estado de permanente catatonia destes não pertencentes à 'casta'. Mais uma vez somos obrigados a comparecer às urnas e verdadeiramente "referendar" tal comportamento (ou alguém vislumbra alguma chance de mudança imediata do mesmo?), entregando votos a quem não os merece. E assim vamos, nas próximas eleições nacionais, comemorar 140 anos do atualíssimo poema do inconformado Luiz Gama, quiçá celebrando conjuntamente a marca de R$ 1 trilhão em impostos arrecadados..."

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