Volkswagen

5/9/2006
Daniel Silva

"Prezado Abílio. O seu comentário é perfeito, exceto alguns pontos que talvez tenham sido mal interpretados. Eu falei sobre capitalismo. O que ocorre no Brasil é uma mistureba de coisas que tem pouca relação com capitalismo (a não ser na hora de se arranjar um culpado). Na verdade, podemos até classificá-lo como 'Capitalismo Corrupto', se achar que existe mesmo capitalismo. A política externa é de mentalidade mercantilista. A política interna é de mentalidade socialista e social-democrata. O que tem de capitalismo dentro disso é tão pouco que mal dá para exemplificá-lo. O BNDES é um tremendo engodo. Realmente ele ajuda 'algumas' pessoas, mas, conforme aprendi com Henry Hazlitt (Economia numa única Lição), os efeitos sobre outras pessoas (nós contribuintes) e o resto da economia é devastador. No tocante à tecnologia, permita-me discordar. Eu penso que a tecnologia não precisa de limites (ao menos nos termos que você mencionou sobre produção). O emprego da tecnologia libera o trabalho humano para ser empregado em outros campos. Ela não 'acaba' com o trabalho humano. Dizer quais são os campos que serão desenvolvidos é impossível, não há limites para a criatividade humana. Seria como dizer para alguém do século V que uma máquina de tear seria boa porque liberaria o trabalho humano para a construção de um avião (tecnologias que eram sequer palpáveis à época). Confesso que não sou velho o suficiente para atestar isso, mas já vi montadoras de carro diminuírem o preço e aumentarem a produção. Um exemplo simples: veja quantos carros existiam no Brasil quando o automóvel foi inventado; veja as pessoas que podiam comprá-lo e quanto gastavam de sua renda na compra. Agora veja quantos carros existem no Brasil, veja quais as pessoas que podem comprá-lo e quanto gastam. Compare também com a tecnologia dos carros de então e os de hoje. Para mim, há indícios claros que os preços diminuíram e a produção (e qualidade) aumentou. Acho equivocado personificar o capitalista como um 'indivíduo-modelo'. O capitalista é um ser humano e, certamente, não um arcanjo. Assim, existem pessoas cruéis e boas, sensatas e insensatas, calmas e violentas. Um capitalista pode ser qualquer uma dessas e muito mais, mas veja que se ele não agradar os seus consumidores, estes não comprarão o seu produto, não lhe darão lucro, serão atraídos pelo primeiro concorrente que aparecer e a falência será a única porta que restará. Saudações,"

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