Reforma da Previdência

23/4/2019
Abílio Neto

"O governo quer que o Congresso aprove a reforma da Previdência Social sem que os congressistas conheçam os tais números alarmantes das suas contas. Não é uma gracinha isso? É preciso muita transparência, gente. Rogério Marinho mente muito. No que concerne ao RGPS (INSS), o sistema é perfeitamente viável. Já no que toca ao RPPS (servidores públicos), o rombo entre o que arrecada e o que paga é insanável. A causa? Os privilégios das corporações de servidores públicos e a ausência de uma contribuição patronal por parte da União. Há poucos dias, um analista judiciário do Pará foi aposentado com esta ninharia: a portaria aponta que o servidor recebe R$ 6.186,16 de vencimento base, R$ 4.948,92 como gratificação de nível superior, R$ 24.272,40 como adicional de representação incorporada (100% do cargo de secretário) e ainda R$ 21.244,48 como adicional por tempo de serviço (60% da soma dos outros três valores). O total alcança R$ 56.651,96 por mês. Esta é somente uma amostragem do que acontece no vasto Brasil. Então, o problema não é da Previdência Social do trabalhador autônomo e celetista (o INSS tem um teto), mas os penduricalhos que fazem servidores do Legislativo, Judiciário e Executivo engordarem seus contracheques de forma imoral, levando tudo para a aposentadoria. Se aumentar o desconto de 11% pra 20%, por exemplo, eles acham um jeito de criar mais penduricalhos. E aí, Rogério Marinho, o que podes fazer contra isso?"

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