Artigo - Juízes enxugam gelo ao sol do meio dia

26/5/2019
Sonia Maria Brasil Mourão

"Com a devida vênia, creio que devemos incluir muitas outras atividades profissionais que praticamente escravizam o trabalhador privando-o do lazer, do convívio familiar e até mesmo das capacitações necessárias ao seu bom desempenho no trabalho diário (Migalhas de peso – 23/5/19). Podemos citar: médicos, professores e diretores de escolas públicas (meu caso); e muitas outras profissões. Todos, sem exceção, sofrem o acúmulo de tarefas e situações conflituosas em seus locais de trabalho. Os conflitos por que passamos fazem parte do contexto sócio-cultural brasileiro, aos quais nos dispusemos enfrentar após juramento e aprovaçào em concurso público. Se nossa remuneração é justa, ou não, diante das atribuições que a investidura dos cargos nos impõe, cabe a cada um avaliar e talvez exonerar-se, como Moro o fez, guardadas as devidas razões. Pessoalmente, tive mil razões para abandonar a carreira do Magistério, na qual trabalhei 35 anos, mas sempre tive vontade, competência e prazer no cumprimento de meus deveres profissionais; tal como os juízes, levava muito trabalho para casa, privando minha família do lazer e companhia. Agradeço o compartilhamento de seu parecer acerca do assunto, pois deu-me a oportunidade de falar em nome de muitos outros trabalhadores desse nosso conflituoso Brasil."

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