Crimes - Homofobia e transfobia

17/6/2019
Hélder Gonçalves Dias Rodrigues

"Todas as causas são justas, porque todos somos iguais, enquanto seres humanos (Migalhas 4.624 – 14/6/19 – Crime, mesmo sem lei). A meu juízo, o resultado do julgamento anunciado pela notícia agora refletida revela apenas mais uma interpretação, a exemplo de várias outras, onde a obra do legislador perde espaço para a interpretação (o sentimento) do intérprete. Isso porque a autoridade da lei sucumbiu ao sentimento do intérprete (mas ainda não me julguem mal). Algumas vezes, sentimentos são utilizados para negar direitos ou para conceder direitos. Teve uma época em que o sentimento social dizia que seria necessário tratar desigualmente os desiguais para que todos pudessem receber tratamentos iguais (me parece ter sido esta uma acertada conclusão histórica de Aristóteles, segundo Chomé, lembrado por José A. Silva). Mas, nessa época histórica, a diferença era socialmente cultivada e percebida (por todos). Hoje, a meu juízo, as 'diferenças' (ausência do respeito ao igual respeito) já não mais participam (não são aceitas) do imaginário popular (a não ser de uns poucos criminosos ou doentes). Por isso, para a grande maioria da sociedade, há privilégios de vários sujeitos iguais (humanos) por divisão de grupos que se multiplicam, conforme se dividem das novas associações (de iguais). As divisões valem, quando me agradam. As divisões não valem, quando me sinto prejudicado (seja eu, da maioria ou da minoria). E o respeito? Simplesmente, o respeito é a causa de tudo. Mas o conceito de respeito depende de quem dá ou concebe. Nesse sentido, todos éramos iguais perante a lei. Agora, depende de quem você é (ou se acha ser, ou é visto como sendo), a lei vale contra você ou a favor de você. Mas quem define isso? Sempre eles, o intérprete que, por razões de históricos e massacrantes abusos, não poderia elaborar a lei. Mas, evidentemente, é só mais uma das minhas opiniõezinhas."

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