Metrô/SP

18/1/2007
Eduardo Piza Pereira Gomes - engenheiro civil pela Universidade Mackenzie, mestre em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

"O contrato 'Turn-key' e os interesses em conflito (Migalhas 1.577 – 18/1/07 – "Turn key"). Na engenharia, há os que entendem o planejamento como um sistema de informação compreendendo a programação de um empreendimento e o controle das atividades nela previstas. Assim, estando claro o objeto a empreender e selecionada uma entre as várias alternativas de execução, a programação visa identificar e inter-relacionar as atividades que percebe necessárias para alcançar o resultado desejado, com a qualidade técnica, econômica e financeira pretendida. Um trabalho que, levando em conta o risco envolvido em toda ação e o atual estágio de conhecimento sobre o assunto no meio especializado internacional, deve contemplar o propósito de reduzir o imprevisto ao imprevisível. Olhos e ouvidos dos construtores estarão voltados para a execução conforme o projeto, onde a modalidade de contrato 'turn-key', quando viável, é extremamente interessante, pois minora a possibilidade do bom andamento dos trabalhos ser comprometida por impedimentos contornáveis. No controle, porém, uma visão crítica é lançada sobre as atividades em execução, até porque um projeto nunca consegue considerar integralmente a complexidade do seu objeto, nesta incluída a antevisão das alterações que o próprio empreendimento provocará no meio que intervirá. Um salutar conflito de interesses mostra-se evidente entre os atores das ações previstas na programação e no controle, não sendo razoável, no meu entender, que o contratante atribua a um mesmo contratado a responsabilidade por esses dois papéis, independentemente da modalidade do acordo celebrado."

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